No topo da febre
Tudo é pra ontem
Tudo é efêmero
Tudo que é bom, dura pouco.
Tudo é quase nada hoje
Dizem que para não deprimir, você deve se manter ocupado. Mas
e se eu não quiser fazer nada, além de
só observar?
Logo penso no que observo. E nem sempre entendo. Me sinto
vazia de tudo dentro, falta entender as razões fundamentais para as coisas
serem o que são e para que elas mudem quando começo a entender o que acabaram
de ser... e se foram.
Foram histórias com moral, com coincidências, com emoções
que a gente tenta explicar criando fatos lógicos ou mitos, no fundo parece que
é tudo a mesma coisa: ficção.
Mas o algo que me tira da cama, tira do sério, tira da
ociosidade, me leva pro universo da
observação fundamentada – pelo menos pelas impressões de uma alma inquieta por
não se sentir blindada pelo mundo tirano, nenhuma natureza mais sensível
suporta o pouco do tudo ao redor.
Chamam-me de louca, mas poderia ser apenas artista. Pensar
dessa forma livre, versada, poetizada e melancólica, me faz sentir que o tudo-
real pode ser mais vivo que esse festival de tudo-vazio que sou obrigada a
entender, absorver, repetir, interagir e
depois vomitar.
Até quando ser Humano é ser fraco?
Até quando teremos que continuar a fingir a felicidade completa
através do virtual? Virtú não está no virtual, sabia? Seres feitos de moldes
perfeitos... Todos querem o mesmo molde
em níveis diferentes... Mas esquecem que além de ilusão, de segredos para o
sucesso e de auto ajuda revestida de ciência, que precisamos voltar a ser
gente. Gente que sente.
Janara.:
Janara.:
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