Edgar Morin, pseudônimo de Edgar Nahoum (Paris, 8 de Julho 1921), é um antropólogo, sociólogo e filósofo francês.
Pensamento
A principal obra de Edgar Morin é a constituída por seis volumes, "La Méthode" (em português, O Método). Foi escrita durante três décadas e meia. Trata-se de uma das maiores obras de epistemologia disponível. Morin inicia os primeiros escritos de "La Méthode" em 1973, com a publicação do livro "O Paradigma Perdido: a Natureza Humana", uma transformação epistemológica por questionar o fechamendo ideológico e paradigmático das ciências, além de apresentar uma alternativa à concepção de "paradigma" encontrada em Thomas Kuhn. Seu primeiro livro traduzido para o português é O cinema ou o homem imaginário, em 1958.O pensamento complexo
Complexo vem do Latim complexus, que quer dizer “aquilo que é tecido em conjunto”. Segundo o próprio Morin, nós somos:Homo (gênero) Homo sapiens sapiens
Edgar Morin diz que é sistemático demais possuirmos um sapiens ou dois, em nossa autodenominação; é preciso acrescentar um demens, ficando: Homo sapiens sapiens demens, o que mostra o quanto somos descomedidos, loucos. Todo homem é duplo: ao mesmo tempo que é racional apresenta certa demência.
Na busca do verdadeiro pensamento complexo de Morin, esbarramos no entendimento de outros conceitos, entre eles, é o de operadores de complexidade:
- Operador dialógico que é diferente de operador dialético
- Operador recursivo
- Operador hologramático
- Razão e emoção
- Sensível e inteligível
- O real e o imaginário
- A razão e os mitos
- A ciência e a arte
O operador recursivo, trata principalmente do fato de que sempre aprendemos que uma causa A produz um efeito B. Na recursividade a causa produz um efeito, que por sua vez produz uma causa.
Exemplo: Somos produto de uma união biológica, entre um homem e uma mulher e por nossa vez seremos geradores de outras uniões.
O operador hologramático, trata de situações em que você não consiga separar a parte do todo. A parte está no todo, assim como o todo está na parte. Esses três operadores são as bases do pensamento complexo. Em resumo temos:
- Juntar coisas que estavam separadas
- Fazer circular o efeito sobre a causa
- Idéia de totalidade: Não dissociar a parte do todo. O todo está na parte assim como a parte está no todo.
- Nós somos considerados seres que:
- Falam;
- Fabricam seus próprios instrumentos;
- Simbólicos, pois criamos nossos símbolos, nossos mitos, e nossas mentiras.
Bibliografia parcial
- 1946, L´An zéro de l´Allemagne, La Cité Universelle, Paris
- 1951, L´Homme et la mort, Le Seuil, Paris. Em português: O Homem e a Morte, Europa América, Portugal, 1988. Imago, Brasil, 1997.
- 1956, Le Cinéma ou l´Homme Imaginaire, Minuit, Paris. Em português: O Cinema ou o Homem Imaginário. Lisboa: Relógio d'Água Editores, 1997.
- 1957, Les Stars, Le Seuil, Paris. Em português: As Estrelas de Cinema. Lisboa, Livros Horizonte, 1980. As Estrelas: Mito e Sedução no Cinema. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989.
- 1959, Autocritique, Le Seuil, Paris
- 1962, Chronique d´un ête (roteiro do filme, em colaboração com Jean Rouch), Interspectacle, Paris
- 1962, L'esprit du temps, Grasset, Paris. Em português: Cultura de Massa no século XX - O espírito do tempo
- 1965, Introduction à une politique de l´homme, Le Seuil, Paris. Em português: Introdução a uma Política do Homem e Argumentos Políticos, Brasil, 1969
- 1967, Commune en France: la Métamorphose de Plozévet, Fayard, Paris
- 1968, Mai 68: La Bréche (em colaboração com Claude Lefort e Cornelius Castoriadis), Fayard, Paris
- 1969, Le Vif du sujet, Le Seuil, Paris
- 1969, La Rumeur d´Orléans, Le Seuil, Paris
- 1973, Le Paradigme perdu: la nature humaine, Le Seuil, Paris. Em português: Enigma do Homem - Para uma nova Antropologia, Zahar, Brasil, 1979. Paradigma Perdido: a natureza humana, Europa América, Portugal
- 1973 "Não se cohece a canção". Petrópolis: Petrópolis, 1973. In Linguagem da cultura de massas: televisâo e canção. Petrópolis. Revista Novas Perspectivas em Comunicação, N° 6.
- 1974, L'Unité de l´Homme (com Massimo Piattelli-Palmieri), Le Seuil, Paris. Em português: A unidade do homem, Cultrix, Brasil, 1982
- La Méthode (6 volumes)
- 1977, La Nature de la nature (t. 1), Paris: Le Seuil, Nouvelle édition, coll. Points, 1981. Em português: Método I - A Natureza da Natureza. Europa América: Portugal 1987. Porto Alegre: Sulina, 2003.
- 1980, La Vie de la vie (t. 2), Le Seuil, Nouvelle édition, coll. Points, 1985. Em português: O Método 2 - A Vida da Vida. Europa América, 1999. Sulina, 2001.
- 1986, La Connaissance de la connaissance (t. 3), Le Seuil, Nouvelle édition, coll. Points. Em português: O Método 3 - O Conhecimento do Conhecimento, Europa América, 1996. Sulina, 2002.
- 1991, Les Idées. Leur habitat, leur vie, leurs moeurs, leur organisation (t. 4), Le Seuil, Nouvelle édition, coll. Points, 1996. Em português: O Método 4 - As idéias: habitat, vida, costumes, organização. Sulina, 2002. Europa América, 2002.
- 2001, L’Humanité de l’humanité (t. 5), 1. L’identité humaine, Paris, Le Seuil. Em português: O Método 5 - a humanidade da humanidade: a identidade humana. Sulina, 2003. Europa América, 2003
- 2004, L'Éthique complexe (t. 6), Le Seuil. Em português: O Método VI - A Ética. Europa América, 2005. Sulina, 2005.
- 1981, Pour sortir du XX siècle, Nathan, Paris. Em português:
- 1982, Science avec Conscience, Fayard, Paris. Em português: Ciência com Consciência, Europa América, Portugal, 1984
- 1983, De la Nature de l´URSS, Fayard, Paris. Em português: Da natureza da URSS - Complexo totalitário e o novo Império, Europa América, Portugal
- 1984, Sociologie, Fayard, Paris. Em português: Sociologia - A sociologia do microssocial ao macroplanetário, Europa América, Portugal
- 1985, O problema epistemológico da complexidade, Europa América, Portugal (debate realizado em Lisboa, dezembro de 1983).
- 1987, Penser l´Europe, Gallimard, Paris. Em português: Pensar a Europa, Europa América, Portugal, 1988
- 1989, Vidal et les siens, Le Seuil, Paris. Em português: Vidal e os seus, Instituto Piaget, Portugal
- 1990, Introduction à la pensée complexe, ESF, Paris. Em português:
- 1991, Un noveau commencement (em colaboração com Gianluca Bocchi e Mauro Ceuti), Le Seuil, Paris.
- 1993, Terre-Patrie (em colaboração com Anne Brigitte Kern), Paris: Le Seuil. Em português: Terra-Pátria, Edições Sulinas, Rio Grande do Sul, 1996.
- 1994, Mes Démons, Stock, Paris. Em português: Meus Demônios, Edição portuguesa, Europa América, 1996. Edição brasileira, Bertrand-Brasil, 1997
- 1994, La complexité humaine, Flammarion, Paris
- 1995, Une anneé Sysiphe. Paris: Seuil. Em português: Um Ano Sísifo: Diário de um Fim de Século. Lisboa: Publicações Europa-América, 1998.
- 1996, Pleurer, Aimer, Rire, Comprendre, Arléa, Paris
- 1997, Amour, Poésie, Sagesse, Seuil, Paris
- 1999, La Tête bien faite, Le Seuil. Em português: A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
- 1999), Relier les connaissances, Le Seuil. Em português: Religando os saberes.(coord.) Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
- 1999, L'Intelligence de la complexité, com Jean-Louis Le Moigne, Éd. l’Harmattan. Em português:A Inteligência da Complexidade, com Jean-Louis Le Moigne.
- 2000, Les Sept savoirs nécessaires à l'éducation du futur, Le Seuil. Em português: Os sete saberes necessários à educação do futuro. Cortez, 2000.
- 2003, Éduquer pour l'ère planétaire, la pensée complexe comme méthode d’apprentissage dans l'erreur et l’incertitude humaine (com Raul Motta, Émilio-Roger Ciurana), Balland. Em português:Educar para a era planetária. Cortez, 2003.