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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Espírito 2011


O relógio contou 365 dias roubando, só pode... A sensação foi de um ano record, quando vimos já era carnaval e sem seguida meio do ano, inverno, pressão de fim de ano e acabou. Pelo menos dizem que esse foi intenso, mais voltado para o conhecimento, seja ele interno: do encontro consigo mesmo, ou do externo: do trabalho e dos estudos.




Em plena crise de valores, de todos os lados vemos temas como a ética, a moral ou a espiritualidade serem retomados, debatidos e até revistos. Parece haver uma esperança de melhorar o mundo adequando princípios clássicos de conduta aos novos tempos.




O indivíduo nunca esteve tão em foco, as classes que não tinham acesso a bens de consumo agora usam e abusam do seu conquistado crédito, do seu sonhado “poder de compra” e assim crêem afirmar suas singularidades, ideal este disseminado pela cultura de massa, onde até o ocidente e oriente se misturam.
No mar do “ter” para “ser” a felicidade se encontra nas sacolas de compras, num shopping Center e se completa nos álbuns do facebook , pois só tem graça “ser” se puder mostrar, ou no verbo atual, compartilhar e curtir.



Na outra ponta há um movimento que marca a negação da caminhada pelo efêmero, sempre há o outro pólo, justamente para equilibrar, o fetiche de consumo dessa ordem é o paradoxal “novo luxo” baseado no princípio de uma vida a partir da simplicidade, da busca do ser para ter – e não o contrário, da valorização do auto conhecimento, de buscar amadurecimento, de fazer o bem, do culto pelo que é natural no lugar do artificial, do ócio criativo, de estar entre amigos, pelas causas ecológicas, de ter de novo um ideal. 



Pouco a pouco saímos de um extremo baseado no exagero, na ostentação e na profusão de formas, cores e marcas (brand) e como em todas as épocas anteriores depois do over vem o minimalismo, sentimos vontade de “limpar”, clarear, tornar leve. A moda é um exemplo disso. Vimos a volta dos anos 80´ em 2009 - 2010, mas já em 2011 os ditos formadores de opinião (pesquisa baseada em publicações de mídia segmentada), parecem querer se livrar de toda tralha e flutuar em nuvens de seda cor de rosa chá.


Paralelo à velocidade em que o mundo gira, na janela virtual emergem frases impactantes, filosóficas e reflexões em tom moralista, que mesmo parecendo hipócritas, tais discursos têm lá sua função. Meu palpite é que tal advento seja o indício dessa busca desesperada por segurança. O resgate do que é eterno traz isso, a sensação de conforto e confiança no futuro.





sábado, 4 de dezembro de 2010

Mulher de Verdade


Quantas mentiras nos contaram; foram tantas, que a gente bem cedo começa a acreditar e, ainda por cima, a se achar culpada por ser burra, incompetente e sem condições de fazer da vida uma sucessão de vitórias e felicidades.

...Uma das mentiras:
É a que nós, mulheres, podemos conciliar perfeitamente as funções de mãe, esposa, companheira e amante, e ainda por cima ter uma carreira profissional brilhante..
É muito simples: não podemos...

Não podemos, quando você se dedica de corpo e alma a seu filho recém-nascido que na hora certa de mamar dorme e que à noite, quando devia estar dormindo, chora com fome. Não consegue estar bem sexy quando o marido chega, para cumprir um dos papéis considerados obrigatórios na trajetória de uma mulher moderna: a de amante
Aliás, nem a de companheira; quem vai conseguir trocar uma idéia sobre a poluição da Baía de Guanabara se saiu do trabalho e passou no supermercado rapidinho para comprar uma massa e um molho já pronto para resolver o jantar, e ainda por cima está deprimida porque não teve tempo de fazer uma escova?

Mas as revistas femininas estão aí, querendo convencer as mulheres - e os maridos - de que um peixinho com ervas no forno com uma batatinha cozida al dente, acompanhado por uma salada e um vinhozinho branco é facílimo de fazer - sem esquecer as flores e as velas acesas, claro, e com isso o casamento continuar tendo aquele toque de glamour fun-da-men-tal para que dure por muitos e muitos anos.

Ah, quanta mentira!

Outra grande, diz respeito à mulher que trabalha; não à que faz de conta que trabalha, mas à que trabalha mesmo. No começo, ela até tenta se vestir no capricho, usar sapato de salto e estar sempre maquiada; mas cedo se vão as ilusões. Entre em qualquer local de trabalho pelas 4 da tarde e vai ver um bando de mulheres maltratadas, com o cabelo horrendo, a cara lavada, e sem um pingo do glamour - aquele - das executivas da Madison.

Dizem que o trabalho enobrece, o que pode até ser verdade. Mas ele também envelhece, destrói e enruga a pele, e quando se percebe a guerra já está perdida.

Não adianta: uma mulher glamourosa e pronta a fazer todos os charmes - aqueles que enlouquecem os homens - precisa, fundamentalmente, de duas coisas: tempo e dinheiro.
Tempo para hidratar os cabelos, lembrar de tomar seus 37 radicais livres, tempo para ir à hidroginástica, para ter uma massagista tailandesa e um acupunturista que a relaxe; tempo para fazer musculação, alongamento, comprar uma sandália nova para o verão, fazer as unhas, depilação; e dinheiro para tudo isso e ainda para pagar uma excelente empregada - o que também custa dinheiro.

É muito interessante a imagem da mulher que depois do expediente vai ao toalete - um toalete cuja luz é insuportavelmente branca e fria, retoca a maquiagem, coloca os brincos, põe a meia preta que está na bolsa desde de manhã e vai, alegremente, para uma happy hour.

Aliás, se as empresas trocassem a iluminação de seus elevadores e de seus banheiros por lâmpadas âmbar, os índices de produtividade iriam ao infinito; não há auto-estima feminina que resista quando elas se olham nos espelhos desses recintos.

Felizes são as mulheres que têm cinco minutos - só cinco - para decidir a roupa que vão usar no trabalho; na luta contra o relógio o uniforme termina sendo preto ou bege, para que tudo combine sem que um só minuto seja perdido.

Mas tem as outras, com filhos já crescidos: essas, quando chegam em casa, têm que conversar com as crianças, perguntar como foi o dia na escola, procurar entender por que elas estão agressivas, por que o rendimento escolar está baixo.

E ainda tem as outras que, com ou sem filhos, ainda têm um namorado que apronta, e sem o qual elas acham que não conseguem viver.
Segundo um conhecedor da alma humana, só existem três coisas sem as quais não se pode viver: ar, água e pão.

Convenhamos que é difícil ser uma mulher de verdade; impossível, eu diria. Parabéns para quem consegue fingir tudo isso....



Danuza Leão - (Itaguaçu, 26 de julho de 1933) é uma jornalista e escritora brasileira. Irmã da cantora Nara Leão, foi casada com o jornalista Samuel Wainer, fundador do extinto jornal Última Hora. É autora de livros como Na sala com Danuza, As aparências enganam e Quase Tudo. Atualmente é colunista do jornal Folha de São Paulo. Nos anos 1950 foi modelo profissional. Em 1992 obteve um grande êxito editorial com Na Sala com Danuza. Em 2006 lançou sua autobiografia Quase Tudo.É mãe da artista plástica Pinky Wainer, do falecido jornalista Samuel Wainer Filho e de Bruno Wainer, empresário do ramo de distribuição cinematográfica, e avó do ator Gabriel Wainer.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Sorry, gosto de você Jabor, mas vou ter que discordar!

Quero compartilhar minha resposta a um texto que recebi hoje por email. É do Jabor. Gosto do Jabor, mas definitivamente não concordo com o formador de opinião sobre esse assunto.
(minha resposta no final)

Jabor:
1º Não existe homem fiel.
Vc já pode ter ouvido isso algumas vezes, mas afirmo com propriedade. Não é desabafo.
É palavra de homem que conhece muitos homens e que conhecem,por sua vez, muitos homens.
Nenhum homem é fiel, mas pode estar fiel (ou porque está apaixonado, algo que não dura muito tempo – no máximo alguns meses – nem se iluda) ou porque está cercado por todos os lados (veremos adiante que não adianta cercá-lo. (Isso vai se voltar contra vc).
A única exceção é o crente extremamente convicto.
Se vc quer um homem que seja fiel, procure um crente daqueles bitolados, mas agüente as outras conseqüências.
2º Não desanime.
O homem é capaz de te trair e de te amar ao mesmo tempo.
A traição do homem é hormonal, efêmera, para satisfazer a lascívia.
Não é como a da mulher.
Mulher tem que admirar para trair; ter algum envolvimento.
O homem só precisa de uma bunda.
A mulher precisa de um motivo para trair, o homem precisa de uma mulher.
3º  Não fique desencantada com a vida por isso.
A traição tem seu lado positivo. Até digo, é um mal necessário.
O cara que fica cercado, sem trair é infeliz no casamento, seu desempenho sexual diminui (isso mesmo, o desempenho com a esposa diminui), ele fica mal da cabeça.
Entenda de uma vez por todas: homens e mulheres são diferentes.
Se quiser alguém que pense como vc, vire lésbica (várias já fizeram isso e deu certo), ou case com um viado enrustido que precisa de uma mulher para se enquadrar no modelo social.
Todo ser humano busca a felicidade, a realização.
E a realização nada mais é do que a sensação de prazer (isso é química, tá tudo no cérebro).
A mulher se realiza satisfazendo o desejo maternal, com a segurança de ter uma família estruturada e saudável,com um bom homem ao lado que a proteja e lhe dê carinho.
O homem é mais voltado para a profissão e para a realização pessoal e a realização pessoal dele vêm de diversas formas:
pode vir com o sentimento de paternidade, com uma família estruturada,etc. mas nunca vai vir se não puder acesso a outras fêmeas e se não puder ter relativo sucesso na profissão.
Se vc cercar seu homem (tipo, mulher que é sócia do marido na empresa.
O cara não dá um passo no dia-a-dia (sem ela) vc vai sufocá-lo de tal forma que ele pode até não ter espaço para lhe trair, mas ou seu casamento vai durar pouco, ele vai ser gordo (vai buscar a fuga na comida) e vai ser pobre (por que não vai ter a cabeça tranqüila para se desenvolver profissionalmente.
(Vai ser um cara sem ambição e sem futuro).
4º Não tente mudar para seu homem ser fiel. Não adianta.
Silicone, curso de dança sensual, se vestir de enfermeira, etc… nada disso vai adiantar.
É lógico que quanto mais largada vc for, menor a vontade do homem de ficar com vc e maior as chances do divórcio.
Se ser perfeita adiantasse, Julia Roberts não tinha casado três vezes.
Até Gisele Bunchen foi largada por Di Caprio, não é vc que vai ser diferente (mas é bom não desanimar e sempre dar aquela malhadinha).
O segredo é dar espaço para o homem viajar nos seus desejos (na maioria das vezes, quando ele não está sufocado pela mulher ele nem chega a trair, fica só nas paqueras, troca de olhares).
Finja que não sabe que ele dá umas pegadas por fora.
Isso é o segredo para um bom casamento.
Deixe ele se distrair, todos precisam de lazer.
5º Se vc busca o homem perfeito, pode continuar vendo novela das seis.
Eles não existem nesse conceito que vc imagina.
Os homens perfeitos dehoje são aqueles bem desenvolvidos profissionalmenteque traem esporadicamente (uma vez a cada dois meses, por exemplo), mas que respeitam a mulher, ou seja, não gastam o dinheiro da família com amantes, não constituem outra família não traem muitas vezes, não mantêm relações várias vezes com a mesma mulher (para não criar vínculos) e, sobretudo, são muuuuuito discretos: não deixam a esposa (e nem ninguém da sua relação,como amigas, familiares, etc saberem).
Só, e somente só, um amigo ou outro DELE deve saber, faz parte do prazerdo homem contar vantagem sexual. Pegar e não falar para os amigos é pior do que não pegar. As traições do homem perfeito geralmente são numa escapolida numa boite, ou com uma garota de programa (usando camisinha e sem fazer sexo oral nela), ou mesmo com uma mulher casada de passagem por sua cidade.
O homem perfeito nunca trai com mulheres solteiras.
Elas são causadoras de problemas.
Isso remete ao próximo tópico.
6º ESSE TÓPICO NÃO É PARA AS ESPOSAS É PARA AS SOLTEIRAS OU AMANTES:
Esqueçam de uma vez por todas esse negócio de homem não gosta de mulher fácil. Homem adora mulher fácil.
Se ‘der’ de prima então, é o máximo.
Todo homem sabe que não existe mulher santa.
Se ela está se fazendo de difícil ele parte para outra.
A demanda é muito maior do que a procura.
O mercado ta cheio de mulher gostosa.
O que homem não gosta é de mulher que liga no dia seguinte.
Isso não é ser fácil, é ser problemática (mulher problema).
Ou, como se diz na gíria, é pepino puro.
O fato de vc não ligar para o homem e ele gostar de vc, não quer dizer que foi por vc se fazer de difícil, mas sim por vc não representar ameaça para ele.
Ele vai ficar com tanta simpatia por vc que vc pode até conseguir fisgá-lo e roubá-lo da mulher.
Ele vai começar a se envolver sem perceber.
Vai começar ELE a te procurar.
Se ele não te procurar era porque ele só queria aquilo mesmo.
Parta para outro e deixe esse de stand by.
Não vá se vingar, vc só piora a situação e não lucra nada com isso.
Não se sinta usada, vc também fez uso do corpo dele – faz parte do jogo; guarde como um momento bom de sua vida.
7º 90% dos homens não querem nada sério.
Os 10% restantes estão momentaneamente cansados da vida de balada
ou estão ficando com má fama por não estarem casados ou enamorados; por isso procuram casamento.
Portanto, são máximas as chances do homem mentir em quase tudo que te fala no primeiro encontro (ele só quer te comer, sempre).
Não seja idiota, aproveite o momento, finja que acredita que ele está apaixonado, dê logo para ele (e corra o risco de fisgá-lo) ou então nem saia com ele.
Fazer doce só agrava a situação, estamos em 2007 e não em 1957.
Esqueça os conselhos da sua avó, os tempos são outros.
8º Para ser uma boa esposa e para ter um casamento pelo resto da vida faça o seguinte:
Tente achar o homem perfeito do 5º item, dê espaço para ele.
Não o sufoque. Ele precisa de um tempo para sua satisfação.
Seja uma boa esposa, mantenha-se bonita, malhe, tenha uma profissão (não seja dona de casa), seja independentee mantenha o clima legal em casa.
Nada de sufocos, de ‘conversar sobre a relação’, de ficar mexendo no celular dele, de ficar apertando o cerco, etc.
Vc pode até criar ‘muros’ para ele, mas crie muros invisíveis e não muito altos.
Se ele perceber ou ficar sem saída, vai se sentir ameaçado e o casamento vai começar a ruir.
A última dica:
9º Se vc está revoltada por este e-mail, aqui vai um conselho: vá tomar uma água e volte para ler com o espírito desarmado.
Se revoltar quanto ao que está escrito não vai resolver nada em sua vida.
Acreditar que o que está aqui é mentira ou exagero pode ser uma boa técnica (iludir-se faz parte da vida, se vc é dessas, boa sorte!).
Mas tudo é a pura verdade.
Seu marido/noivo/namorado te ama, tenha certeza,senão não estaria com vc, mas trair é como um remédio;um lubrificante para o motor do carro. Isso é científico.
O homem que vc deve buscar para ser feliz é o homem perfeito do item 5º.
Diferente disso ou é crente, ou viado ou tem algum trauma (e na maioria dos casos vão ser pobres).
O que vc procura pode ser impossível de achar, então, procure algo que vc pode achar e seja feliz ao invés de passar a vida inteira procurando algo indefectível que vc nunca vai encontrar.
Espero ter ajudado em alguma coisa.
Agora, depois de tudo isso dito, cadê a coragem de mandar este e-mail para minha mulher??
(Arnaldo Jabor)

MINHA RESPOSTA

Tem que dizer pro Jabor que ele deve estar se baseando numa ótica meio tendenciosa rs... Pra começar:
  1. Existe homem fiel;
  2. Mulher também trai só por trair ou por sexo;
  3. Traição não tem lado positivo, conota falta de caráter, palavra, compromisso, lealdade e pode ser evitado se o ser em questão alimentar valores altruístas;
  4. Atualmente tem muita mulher focada na vida profissional, é notória a busca por qualificação e os avanços no mercado de trab;
  5. Existe sim muita sociedade de sucesso entre casais;
  6. Existe muito homem querendo coisa séria e reclamando que a mulherada tá frenética, agindo que nem homem e se desvalorizando;
  7. Tem que ser difícil sim se não tiver à vontade ou se sentir que o cara tá jogando.
Acho que esses textos de pseudo-auto-ajuda não ajudam em nada a não ser construir uma sociedade cheia de mentes recalcadas, defensivas e opostas ao que é natural: ao espontâneo. O reducionismo maniqueísta desse modelo que alguns repetem só nos afasta do que é real. E o que é real? Real se resume em ser verdadeiro consigo e com o outro, é cumplicidade, amor e respeito.

Aff falei!
Beijos!

 

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Valores

O mundo mudou. Essa frase não é minha nem de ninguém, talvez seja um pouco de todos; mas talvez nem todos tenham tomado consciência disso. Mas o mundo sempre muda, não é?
A questão é que acho que esses novos tempos estão causando muita confusão, não sei se mais na minha geração (sou de 82). Sinto como se estivéssemos atravessando uma crise de valores, por um lado busca-se ajustar alguns conceitos para dar conta das mudanças que emergem constantemente, por outro lado vejo fugas - muitos não querem pensar sobre essas questões. 
Ao conversar com pessoas das mais diversas idades, sinto como se houvesse uma interrogação estampada na testa de cada um. Mas que crise seria essa? Seria reflexo da globalização? Ou o caminho natural da emergência de uma sociedade voltada para o capital, imagem e consumo?
Vejo um esforço no sentido de colher referências por parte dos mais engajados, pegam emprestado conceitos clássicos que fundamentaram a filosofia, a moral, a ética e o sentido de sociedade e democracia. Vejo também contradições, visões pessimistas com relação às buscas individuais: a felicidade. Esse termo, aliás, é de difícil explicação e compreende diversas interpretações. 
Parece que vivemos em busca de receitas para chegar à plenitude da vida, a tal felicidade parece sempre estar a um passo, parece fugaz, parece inalcançável ou se alcançada tem curta duração. Vejo que em mim a felicidade está relacionada às conquistas: uma meta alcançada, a sensação de dever cumprido, a realização de um desejo, a descoberta de algum conhecimento novo, a novidade... Mas não é só isso, felicidade tem a ver com compartilhar felicidade. De que adianta senti-la sozinha? A felicidade tem que ser recordada, quão ingratos somos ao esquecer os momentos altos e dimensionar os baixos? Somos egoístas conosco mesmos quando não fazemos esse esforço de relembrar esses momentos de plenitude e satisfação.
Penso nas pessoas que conheço que possuem tudo que o sistema impõe como necessário para “ser feliz”: são bonitas, bem sucedidas profissionalmente, vão pra academia, saem pra jantar em lugares badalados, vão a festas da moda, possuem uma quantidade enorme de conhecidos ou amigos e fazem tudo aquilo que a maioria deseja, um life style como manda o figurino. Não sou marxista, minha crítica não vai de encontro a nenhum tipo de fórmula ou de status social. Questiono é se esses movimentos funcionam, se são genuínos, se traduzem o que a essência de cada um busca de fato, se trazem algo que complemente o ser em seu íntimo. São felizes de fato? Ou parecem felizes? E talvez por acharem que são felizes, não o serão de fato?
Minha impressão é que esse tipo de busca – a do exterior, da imagem e dos prazeres fugazes trazem um vício... O de quero mais e mais, não há saciedade, a felicidade é sempre momentânea, por isso, deve ser mantida por doses cada vez maiores, mais paixões arrematadoras, mais “ópio”, mais diversão, leia-se distração, mais fantasia, mais consumo de bens, consumo de pessoas, consumo de alimentos, consumo de life styles, intervenções estéticas, plásticas, discursos da moda, de nada, de vazio, de superficial.
Daí me dizem: “gatinha, você pensa demais gatinha...”
Devo parar de pensar então? Quem sabe assim não cedo ao espetáculo de cegos e minha felicidade passa a variar de acordo com a tendência do último desfile da Dior?
Não. Prefiro guardar os momentos de êxtase que na memória me enchem de ternura. O afeto do pai, a meditação na praia que adoro, a música que amo dançar, a dança, pintar, andar de bicicleta, estar entre amigos verdadeiros, a reciprocidade de um sentimento, ser personagem principal da minha vida.
Vamos cultivar esses valores que para nós são importantes não importa como o mundo nos veja e nem se vão nos achar burros, idealistas ou reflexivos demais.
Sejamos felizes com o que preenche nossa eternidade enquanto vivemos.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Meu mundo colorido

Eu sonhei com um mundo ideal. Pensei como seria bom poder viver em um lugar onde pudéssemos nos sentir seguros. Pensei que nós é que estragamos tudo, por que somos tão contraditórios?


Não faço o tipo mártir, mas assumo que me choco muito, em especial com a falta de palavra. Pra mim, a falta de palavra conota as piores coisas na humanidade: egoísmo, insensibilidade, descompromisso, imaturidade, deslealdade, inconsciência, indisciplina e falta de caráter.


É inadmissível a gente ter que se acostumar com posturas vulneráveis e promessas frouxas que se repetem refletindo essa falta de valores da nossa atual cultura.


Por falar em cultura, acho que as futilidades que hoje assistimos por meio das mídias todas - também contribuem para a falta de palavra. Ocorre que as pessoas receberem passivamente péssimos exemplos e ainda ficam sem tempo pra pensar. Pão e circo meus caros - bolsa família e novela.

Se assim é, então eu queria saber o que eu poderia fazer para ajudar a amenizar a situação – sem pretensão de ser redentora de nada, mas acho que posso fazer minha parte. A melhor forma só pode vir através da minha conduta, do meu exemplo. Vou ficar cada vez mais atenta para sempre que disser algo - que seja algo realizável, justo pra mim e pro outro, assim não me molesto e também não corro o risco de molestar ninguém.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Rodrigo Souza leão

Estava lendo um jornal antigo com algo novo, se trata de um certo Rodrigo que entitularam de esquizofrênico.
Das telas impressionistas, frequentou o parque Lage e sua pintura é viva e dramática.

Poeta, da prosa e do conto, gostei muito do Rodrigo e minha homenagem fica aqui registrada nesses versos que um dia ele escrevera;

AS FLOrES SÃO As PRIMEIRAS
MUlHERES QUE VEMOS 
 

CRIANÇA

Uma mulher ainda criança
Desconfia dos balanços
Onde brinca a Verdade.

A Verdade nunca será
Encontrada. E a sua única
Importância existirá

Para a mulher que a descobriu
Que não existe Verdade
E Deus tem a verdadeira fé em si.

Pois existem muitas verdades
Que as crianças aprendem
Pra nunca mais aprender

A deixar de ser criança.
Estas são as verdades de mulher
As verdadeiras verdades.

 [Imagens de Maria Dulce de Souza Leão]

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A vizinha podada


Uma linda e grande árvore me presenteava aqui na janela do quarto onde costumo reverenciar o sol nas tardes em que ele se põe feliz de completar mais um ciclo.

A paisagem do céu riscado em tons avermelhados e raios brilhantes quando o astro se despede na montanha é embelezada pelo canto dos diversos pássaros pequenos, grandes, vermelhos e azuis que cantam em harmonia com borboletas silenciosas que majestosamente dançam um balé genial e pousam nas folhagens verdes, terra e vermelhas deste outono de céus nítidos e clima agradável.
Nos galhos que ano após ano se multiplicam, o volume das folhas chegava cada vez mais perto da janela.
Todos os dias nesse ritual feliz eu me colocava a contemplar a presença cada vez mais próxima da família ao lado, esperava cada dia poder ter por perto o canto e a dança dos pequenos que habitam a imensa mãe árvore.
Estava tão próximo o dia em que eu poderia enfim encostar minhas mãos na singela provedora do meu espetáculo diário.
Foi numa tarde deste outono que fui arrebatada pela impressão do vazio, em um susto choquei-me com a paisagem prostrada, estática e irreparável.
Fui arrebatada pela tristeza e pela dor da perda, tão próximo de mim me foi tirado o sabor da expectativa.  A árvore estava cortada. Segurei o grito, a revolta foi calada pela sabedoria que a reflexão trouxe e enfim resolvi indagar sobre tal ato, haveria razão para o crime? 
Como resposta ouvi dos homens do machado que eles o fizeram para salvar a pobre árvore, fadada à morte  pelas ervas daninhas que junto às folhagens e pássaros cresceram como um câncer.
Um momento de lucidez se fez em mim e meu corpo vibrou em uma sintonia mais agradável, de novo a esperança e o alívio de constatar o quão o desapego ali traria a renovação e vida. Da morte para o renascimento.
Nos dias que se sucederam apareceram novos músicos voadores e as borboletas voltaram.
Minha vizinha não está tão perto, mas está mais forte, revigorada e continuará proporcionando os espetáculos diários a todos que nela se aconchegam.
Janara Morenna.:

terça-feira, 6 de julho de 2010

Exposição



Evento de arte multimídia que participei com minhas telas, portfólio no link:
http://janaramorenna.blogspot.com/p/portfolio-as-telas.html

Release e clipping:

ARAKA -Quem tem medo da Aracy?
Terça dia 13 de junho na Gávea.

Criado pelo artista plástico Michel Mendes, ARAKA é um encontro de artistas cariocas que levanta a questão "Quem tem medo de Aracy de Almeida?" Trata-se de uma brincadeira com o temor do artista de ser criticado.
O evento multiarte ocorre mensalmente no 00 sempre com a participação de poetas ,estilistas ,cineastas, bandas, djs, artistas visuais , performers e quem mais se atrever a encarar a saudosa cantora e cruel critica dos shows de calouros.
Os ARAKA aproveita o encontro para arrecadar agasalhos e livros para as campanhas do Viva Rio e bibliotecas comunitarias do Corujão da Poesia.

Os convidados desta edição são:

Na pista os djs Nado Leal e Rodolfo Sandzer (Zarppo)
Show com as bandas: Avec Silenzi e DKV
O poeta Tavinho Paes e seus convidados.
Caricaturas durante o evento com Adam Rabello.
Os fotógrafos :
Gabriel Borges
José Palma
Lucas Magno
Marcelo Carrera
Mariana Quintão
Rodrigo Bastos
Joias com: Deborah Netto.
Exibiçao do curta :Through It. - Dir: Gabriel Borges (7'15")
Video Arte com:Marcela Antunes e AnaKlaus
TEC- Jogos de improviso da peça A Batalha do Saara (Teatro dos 4)

Exposiçao com os artistas visuais:
Adam Rabello
Alexandre Gama
Bia Feital
Bianca Tupinambá
Carlos Paboudjian
Filipe Agnelli
Janara Morenna
JBatista
Juliana Ribeiro Wähner
Leonardo Monteiro
Leonardo Viana
Marcello Rosauro
Marcos Couto
Mariana Liberali
Marianna Gomes
Mark Feddersen
Patricia Porto
Piti Tomé
Priscila de Moraes
Rique Inglez
Ronaldo Occy
Thiago Tavares
Vanessa Jansen
Participações espontâneas e convidados surpresas são sempre esperados!

Serviço :
Araka - Quem tem medo da Aracy?
Dia - 13 de Junho (terça-feira)
Hora - 20h
Local – 00, Av. Padre Leonel Franca, 240 – Gávea (2540-8041)

Evento que participarei com algumas telas dia 13 de julho de 2010.

http://www.youtube.com/watch?v=2wXVh7-IZBQ

A herança do pensamento

Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
 
 O ser humano é o herdeiro universal de todos os dons da Criação. Mas isto não quer dizer que os herde naturalmente; significa somente que é o único que pode herdá-los. Pode herdar todo o bom como todo o mau que existe, segundo sejam suas inclinações e o grau de discernimento alcançado. Conceituamos, pois, de primordial importância para a vida da pessoa: a herança do pensamento.
 
Por uma lei sábia e universal, inalterável e inexorável, os legados da inteligência pertencem à humanidade



Os pensamentos de alta hierarquia moral e mental que animaram a vida de tantos homens esforçados e abnegados, de renome mundial, não recolheram suas asas ao se extinguir essas vidas, nem se ocultaram entre as páginas do último sonho ou entre as sombras da última morada; ao contrário disso, remontaram o voo e, em fecundas e gloriosas etapas, cruzando mares e continentes, espalharam pelo mundo os benefícios de sua presença, como agentes precursores de grandes verdades e como auxiliares poderosos do entendimento humano. Assim, navegando pelos céus de todos os povos que existem na Terra, já vimos os nomes de gênios, sábios e heróis de cruzadas eternamente memoráveis.


Os velhos mestres da Antiguidade, entre os quais estiveram pensadores famosos e filósofos, se dedicaram de corpo e alma a exemplos que acreditaram fossem justos; os cientistas que apontaram novas rotas para o melhoramento humano sempre foram tidos como grandes, quando seus pensamentos conseguiram despertar a atenção e fazer que se percebesse o bem que continham.

Em quantas mentes a luz desses pensamentos penetrou? Quantas foram fecundadas pela semente de extraordinárias concepções da inteligência, nas quais eles participaram com todo o poder de sua influência criadora?

Eis explicada a herança do pensamento. Vamos agora nos referir aos que, herdando o pensamento de celebridades universais – como veículo influente que permite sua maior expansão –, deram motivo a que germinassem os conhecimentos em épocas florescentes, estendendo-se os benefícios por todos os âmbitos do mundo.

Assim, os descobrimentos da ciência tiveram seus continuadores, os quais, em heróicas jornadas e numa leal consagração à causa da humanidade, mereceram participar da glória de seus principais inspiradores, cujos nomes pluralizaram ao serem chamados os Pasteurs, os Newtons, os Ehrlichs, os Marconis, etc. Tais menções, por outro lado, implicam o reconhecimento da autoridade dos dignos herdeiros daqueles pensamentos benfeitores, que tantos serviços prestaram à humanidade.

Poderão nos perguntar, ainda, o que é que com maior força pode vincular as mentes aos pensamentos de elevada hierarquia de eminências que existiram ou existem, cuja capacidade ficou evidenciada por suas produções de elevado valor moral, científico ou de qualquer outra espécie, e nós responderemos sem a menor dúvida: o exemplo.

Esta é a expressão inconfundível e mais acertada com que se pode reconhecer a legitimidade dessa herança.

Trechos extraídos da Coletânea da Revista Logosofia, tomo 3, p. 83

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Omraam Mikhaël Aïvanhov

"O ser humano não se limita ao seu corpo físico: graças aos seus corpos
sutis, ele está ligado a todo o cosmos. Ele vive e vibra com a Alma
Universal, com todas as gerações do passado mais longínquo, está em contato
com o mundo das ideias, dos arquétipos, das leis, das forças e das verdades,
e esse mundo pode se refletir nele sob a forma de imagens, de símbolos.

Quando vocês meditam sobre uma verdade muito elevada que pertence ao plano
causal, ela pode provocar uma reação nas profundezas do seu ser, e nesse
ponto uma forma surge na sua consciência: a de um ser, de um objeto ou de
uma figura geométrica.
É desse modo que se explicam os sonhos premonitórios
e as visões proféticas. Se coubesse a vocês encontrar a correspondência
exata, não seriam capazes disso, pois existem milhares de formas simbólicas.

Só a Natureza conhece a afinidade entre as coisas, e apresenta à sua mente
uma imagem que corresponde absolutamente ao assunto sobre o qual estão
concentrados."

Omraam Mikhaël Aïvanhov


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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Lei do menor esforço (no bom sentido)

Texto enviado por email pelo colega de grupo (Edgar Morin) Kleber Araújo. Artigo retirado do blog do Seiji - Compartilhando Idéias, link abaixo:

Deepak Chopra - Sete Leis Espirituais do Sucesso

 


Posto aqui um resumo do livro As Sete Leis Espirituais do Sucesso. A versão do ebook que li está em português de Portugal. Tentei adaptar o estilo para o nosso português à medida do possível, mas se encontrar qualquer ponto onde haja erro por favor me avise. O livro é um grande best-seller e, a meu ver, se baseia em princípios budistas, que são explicados de forma muito didática e simples. Recomendo!

INTRODUÇÃO
A lei consiste no processo pelo qual o não-manifesto se torna manifesto; toda a criação, tudo o que existe no mundo físico, constitui o resultado do não-manifesto transformando-se a si próprio em manifesto. Os três componentes da realidade - alma, espírito e corpo, ou observador, processo de observação e observado - constituem essencialmente a mesma coisa. Todos provêm do mesmo local: o campo da potencialidade pura, que pertence ao campo do não-manifesto puro. Quando compreendemos estas leis e as aplicamos nas nossas vidas, podemos criar tudo o que quisermos, porque as leis que a natureza aplica para criar uma floresta, uma galáxia, uma estrela, ou um corpo humano, são as mesmas que nos podem trazer a realização dos nossos mais profundos desejos.

1. A LEI DA POTENCIALIDADE PURA

Constitui o campo de todas as possibilidades e da criatividade infinita. Quando descobre a sua natureza essencial e sabe quem de fato, nesse conhecimento de si próprio se encontra a capacidade para realizar todos os sonhos. Não há separação entre nós e este campo de energia. O campo da potencialidade pura é o nosso próprio Eu.

A experiência do Eu, ou “auto-referência”, significa que o nosso ponto de referência interior é constituído pela nossa própria alma e não pelos objetos da nossa experiência. Quando experimentamos o poder do Eu, o medo desaparece, deixamos de ter uma necessidade de controle compulsiva e deixamos de lutar pela aprovação e pelo poder externo.

O nosso verdadeiro Eu, que é a nossa alma, encontra-se totalmente liberto destas coisas. É imune à crítica, não teme os desafios, e não se sente inferior a ninguém. E, no entanto, também é humilde e não se sente superior a ninguém, pois reconhece que todos os outros constituem o mesmo Eu, a mesma alma, sob diferentes formas.

O poder baseado no ego só dura enquanto durarem as coisas. Logo que o título, o trabalho, o
dinheiro desaparecerem, também o poder desaparece. O autopoder, pelo contrário, é permanente, porque se baseia no conhecimento do Eu. Atrai as pessoas para nós e também atrai até nós as coisas que desejamos. Este poder faz com que sintamos alegria em nos sentirmos ligados às outras pessoas e elas também sintam alegria em se encontrarem ligadas a nós. Passamos a ter um poder de atração, uma atração que se baseia no verdadeiro amor.

Esta lei é aprendida pela prática diária do silêncio, meditação e não-julgamento. Passar tempo no meio da natureza, reservar algum tempo para Ser apenas. Retire-se periodicamente da atividade da palavra. Reserve com alguma frequência um tempo para o silêncio. Quando o diálogo interior se acalma com o tempo, começamos a experimentar a serenidade do campo da potencialidade pura. A serenidade constitui o primeiro requisito para podermos manifestar os nossos desejos, porque é na serenidade que reside a nossa ligação ao campo da Potencialidade Pura, onde uma infinidade de pormenores se organiza para nós.

O julgamento representa a constante avaliação das coisas como certas ou erradas, boas ou más. Quando se está sempre a avaliar, a classificar, a rotular, a analisar, cria-se uma imensa turbulência no nosso diálogo interior. Experimento praticar: “Durante as próximas duas horas não vou fazer julgamentos sobre nada.” Ou ainda: “Hoje não farei nenhum julgamento sobre nenhuma coisa e durante todo o dia esforço-me por não fazer nenhum julgamento".

Todas as relações constituem um reflexo da sua relação consigo próprio. A culpa, medo e insegurança no que diz respeito ao dinheiro e ao sucesso, ou a qualquer outra coisa,
representa um reflexo da culpa, medo e insegurança que constituem aspectos básicos da sua personalidade. A essência de toda a riqueza material é constituída por energia vital, é
Potencialidade Pura. E a Pura Potencialidade constitui a sua natureza intrínseca. O campo da
Potencialidade Pura também constitui o campo da criatividade infinita e do conhecimento puro.

Mas primeiro terá de ultrapassar a turbulência do seu diálogo interior para estabelecer a ligação com esse espírito abundante, próspero, infinito e criativo. Esta peculiar combinação do espírito silencioso, imenso e infinito com o espírito individual, dinâmico e ilimitado, constitui o
equilíbrio perfeito da serenidade e do movimento simultâneos, que podem criar tudo aquilo que se quiser.

Para praticar a Lei da Potencialidade Pura:
  1. Pratico o silêncio, para Ser apenas.
  2. Todos os dias reservo algum tempo para comungar com a natureza e para testemunhar em silêncio a inteligência que existe em todas as coisas vivas. Sento-me, em silêncio e contemplo o pôr do Sol, escuto o som do oceano ou de um rio, ou aspiro apenas o perfume de uma flor.

2. A LEI DA DÁDIVA

Através da troca dinâmica, dar e receber constituem diferentes aspectos do fluxo de energia do universo. E se estivermos dispostos a dar aquilo que procuramos, a abundância do universo circulará nas nossas vidas, pois o universo opera através da troca dinâmica.

Se a nossa única intenção for guardar e acumular dinheiro, também faremos com que ele deixe de voltar a circular nas nossas vidas, já que o dinheiro constitui energia vital. Na realidade, receber representa a mesma coisa que dar, pois dar e receber constituem diferentes aspectos do fluxo de energia do universo. E se pararmos qualquer destes fluxos, estamos a interferir com a inteligência da natureza. Se, no ato de dar, sentir que perdeu alguma coisa, a dádiva não foi
feita com sinceridade e nada se multiplicará. Se der de má vontade, não haverá nenhuma energia nessa dádiva. A intenção que se encontra por de trás do ato de dar e receber é o mais importante. A intenção deve ser sempre para gerar alegria para quem dá e para quem recebe, para que a felicidade constitua o apoio e o suporte da vida e, portanto, gere o progresso.

A prática da Lei da Dádiva é muito simples: se quer alegria, dê alegria aos outros; se quer amor,
aprenda a dar amor; se quer atenção e apreço, aprenda a dar atenção e apreço; se quer prosperidade material, ajude os outros a tornarem-se prósperos no aspecto material. O modo mais fácil para obter aquilo que queremos é de fato ajudar os outros a obterem aquilo que querem.

Até a ideia de dar, a ideia de abençoar, ou uma simples oração têm o poder de afetar os outros. O melhor meio para pôr em prática a Lei da Dádiva é dar início a todo o processo de circulação, que consiste em tornar a decisão de dar qualquer coisa a cada pessoa com quem entramos em contato. Não tem de ser sob a forma de coisas materiais; pode ser uma flor, um cumprimento, uma oração, Na verdade, as mais poderosas formas de dar não são Materiais. O carinho, a atenção, o afecto, o apreço e o amor constituem algumas das mais preciosas dádivas que se podem oferecer e não custam nada. Derrame uma bênção sobre essa pessoa, desejando-lhe felicidade, alegria e prazer. Tome a decisão de dar, para onde quer que vá, ou quem quer que vá visitar.

Portanto, aceitemos a prosperidade como inerente à nossa natureza, independentemente de
termos pouco ou muito dinheiro, pois o campo da potencialidade pura constitui a fonte de toda a riqueza.

Para praticar a Lei da Dádiva:
  1. Levo comigo uma oferta. A oferta pode ser um cumprimento, uma flor ou uma oração. Hoje vou oferecer qualquer coisa a todos aqueles com quem encontrar.
  2. Hoje receberei com gratidão todas as dádivas que a vida me ofertar. A luz do Sol, o canto das aves.
  3. Comprometo-me a manter a riqueza a circular na minha vida, dando e recebendo as mais preciosas dádivas da vida: dádivas de carinho, afeto, apreço e amor. Sempre que encontrar alguém, desejar-lhe-ei, em silêncio, felicidade, alegria e prazer.

3. A LEI DO “KARMA” OU DA CAUSA-EFEITO

O karma implica a ação da escolha consciente. Todas as coisas que lhe acontecem no momento presente resultam das escolhas que fez no passado. Eu poderia ofendê-lo e insultá-lo e você poderia escolher não ficar ofendido. A maioria de nós, como resultado do condicionamento, responde de formas repetitivas e previsíveis aos estímulos do ambiente. Nestas situações, pergunte-se: "Quais são as consequências desta escolha que estou a fazer? Esta escolha que estou a fazer trará alegria, a mim e aos que me rodeiam?” Se a escolha trouxer angústia, a si ou aos que o rodeiam, diga não a essa escolha.

Pergunte-se também: “Se é isto, o que é que vai acontecer?" Se o seu corpo der uma mensagem de conforto, você se encontra perante a escolha correta. Se o seu corpo emitir uma mensagem de
desconforto, encontra-se perante a escolha errada. Volte a sua atenção para o coração e pergunte-lhe o que deve fazer. Depois, espere pela resposta, uma resposta física sob a
forma de sensação.

O seu futuro é gerado pelas escolhas que fizer em cada momento da sua vida. Você pode, assim, transformar o seu karma numa experiência melhor. Pergunte-se: “Posso eu aprender com esta experiência? Porque isto está acontecendo comigo? Que mensagem o universo quer me transmitir? Como posso tornar esta experiência útil para os outros seres humanos?”

Além disso, para transcender o karma, existe a prática da meditação.

Para praticar a Lei do Karma:
  1. Hoje vou observar cada escolha que fizer. Trago-as para o campo do meu conhecimento consciente.
  2. Sempre que fizer uma escolha, farei duas perguntas a mim próprio: “Que consequências advirão desta escolha?”, “Esta escolha trará realização e felicidade, a mim e aos que por ela serão afetados?"
  3. Depois pedirei conselho ao meu coração e deixar-me-ei conduzir pela sua mensagem de conforto. Se a escolha significar conforto, adiro totalmente a ela. Se a escolha implicar desconforto, paro e observo as consequências da minha ação, por meio da minha visão interior.

4. A LEI DO MENOR ESFORÇO

Este é o princípio da mais reduzida ação, da não resistência, da harmonia e do amor. As aves não tentam voar, mas voam. Quando uma pessoa se encontra em harmonia com a natureza, quando já adquiriu conhecimento do seu verdadeiro Eu, pode aplicar a lei do Menor Esforço. Despendemos o menor esforço quando as ações são motivadas pelo amor, porque a natureza é estruturada pela energia do amor.

Para satisfazer o ego, gastamos energias atrás de uma ilusão de felicidade, em vez de desfrutarmos da felicidade do momento. Quando procuramos dinheiro apenas para nosso lucro pessoal, interrompemos o nosso fluxo de energia e interferimos na expressão da inteligência da natureza. Se souber como gerar, armazenar e desprender energia de modo eficiente, poderá criar toda a riqueza que quiser.

Quando o nosso ponto de referência interior é o ego, quando procuramos poder e controle em relação às outras pessoas ou a aprovação dos outros, desperdiçamos as nossas energias. Gastamos a maior parte da nossa energia para preservarmos a nossa importância.

A Lei do Menor Esforço possui três componentes:

  1. Capacidade de aceitação. Pratique: “Hoje vou aceitar as pessoas, as situações, as circunstâncias e os acontecimentos tal como eles ocorrerem.” Esse momento é como é, porque todo o universo é como é. Pode desejar que no futuro as coisas sejam diferentes, mas nesse momento tem de aceitar as coisas como elas são. Quando se sentir frustrado ou aborrecido por uma pessoa ou situação, lembre-se de que você não está reagindo a essa pessoa ou a essa situação, mas aos seus sentimentos em relação à pessoa ou à situação. Esses são os seus sentimentos e os seus sentimentos não são da responsabilidade dos outros. Aceite a responsabilidade por aquilo que sente e por modificar os seus sentimentos.
  2. Responsabilidade. Não culpar ninguém, nem a si próprio, pela sua situação. Isto liberta a capacidade de ter uma resposta criativa à situação tal como ela se apresenta no momento. As situações problemáticas poderão se tornar uma oportunidade para a criação de coisas novas e boas, e todas as pessoas atormentadoras e tiranas lhe servirão para aprender mais a realidade e construir uma interpretação. Sejam quais forem as relações que tenha trazido para a sua vida, serão sempre aquelas de que necessita no momento. Há um significado oculto por trás de tudo o que acontece, e esse significado oculto serve a nossa evolução.
  3. Distanciamento. Renunciar à necessidade de convencer ou persuadir os outros dos seus pontos de vista. Assim, você ganhará acesso a imensas quantidades de energia que antes tinham sido desperdiçadas. Quando alguém se torna defensivo, acaba colocando a culpa nos outros e não aceita render-se ao momento presente. Sua vida encontra resistência. Sempre que encontrar resistência, o melhor é reconhecer que forçar a situação apenas aumentará a resistência.

Quando conseguir a delicada combinação aceitação, responsabilidade e distanciamento, sentirá o fluir da vida, sem nenhum esforço. Se nos mantivermos abertos a todos os pontos de vista, se não
nos prendermos com rigidez a um único, os nossos sonhos e desejos fluem com os desejos da natureza. Então podemos libertar as nossas intenções, com distanciamento, e esperar pela altura própria para os nossos desejos se tornarem realidade. Podemos ter a certeza de que quando chegar o momento eles se manifestarão. Esta é a Lei do Menor Esforço.

Para praticar a Lei do Menor Esforço:
  1. Hoje aceito pessoas, situações, circunstâncias e acontecimentos, tal como eles ocorrerem. Reconhecerei que este momento é aquilo que deveria ser, porque todo o universo é como deveria ser.
  2. Sei que aceitar a responsabilidade significa não culpar ninguém, nem nada, pela minha situação (incluindo eu próprio). Também sei que em cada problema se encontra oculta uma oportunidade e o fato de me manter atento às oportunidades me permite aceitar o momento presente e torná-lo melhor.
  3. Não sentirei necessidade de convencer nem de persuadir os outros a aceitarem os meus pontos de vista. Permanecerei aberto a todos os pontos de vista e não me prenderei com rigidez a nenhum deles.


5. A LEI DA INTENÇÃO E DO DESEJO

São componentes essenciais a energia e a informação. Aquilo que faz a diferença entre o ser humano e a árvore reside na energia e na informação. Podemos conscientemente mudar o conteúdo de informação e energia do nosso próprio corpo mecânico quântico e assim influenciar o conteúdo de energia e informação da extensão do nosso corpo - o nosso ambiente, o nosso mundo - e provocar nele a manifestação das coisas.

A atenção e a intenção. A atenção transmite energia e a intenção transmite forma. Damos força a todas as coisas da nossa vida às quais aplicamos a nossa atenção. A intenção, por sua vez, desencadeia a transformação da energia e da informação. A intenção organiza a sua própria realização. Ela possui o poder de organizar uma infinidade de ocorrências espaço-temporais, todas ao mesmo tempo. Por outras palavras, se não violarmos as outras leis da natureza, através da intenção poderemos literalmente comandar as leis da natureza, de forma a realizarmos os nossos sonhos e desejos.

O nosso único cuidado deverá ser utilizar a intenção para o benefício da espécie humana. Isso
acontecerá espontaneamente, se cumprirmos as Sete Leis Espirituais do Sucesso. A intenção constitui o verdadeiro poder por trás do desejo. A intenção, só por si, é muito poderosa, pois ela consiste no desejo, sem a preocupação do resultado. O desejo, só por si, é fraco, já que para a
maioria das pessoas o desejo consiste na atenção ligada à preocupação. A intenção consiste no desejo, cumprindo estritamente todas as outras leis, mas em especial a Lei do Desprendimento, que constitui a Sexta Lei Espiritual do Sucesso. A intenção combinada com o desprendimento
conduz a um conhecimento do momento presente centrado na vida. E quando a ação se realiza no âmbito do conhecimento do momento presente, torna-se mais eficaz. A nossa intenção dirige-se ao futuro, mas a nossa atenção encontra-se no presente, a nossa intenção para o futuro virá a manifestar-se, porque é no presente que se cria o futuro. Devemos aceitar o presente tal como é. Aceitemos o presente e criemos intenções para o futuro. O futuro constitui algo que podemos
sempre criar através da intenção desprendida, mas nunca devemos lutar contra o presente. Se possuir um conhecimento do presente centrado na vida os obstáculos imaginários, que constituem mais de noventa por cento dos obstáculos conhecidos, desintegram-se e desaparecem.

A intenção dirigida significa que aplicamos a nossa atenção no sentido de obter o resultado que desejamos com uma firmeza de objetivos tão inflexível que recusamos em absoluto qualquer obstáculo que possa consumir e dissipar a qualidade focalizada da nossa atenção. Na nossa
consciência, dá-se uma exclusão total e completa de todos os obstáculos. Somos capazes de manter uma serenidade inabalável, ao mesmo tempo em que nos entregamos ao nosso objetivo com uma paixão intensa.

Cinco princípios para a Lei da Intenção e do Desejo:
  1. Concentrar-se no espaço silencioso entre os pensamentos, entrar no silêncio.
  2. Quando sair da abertura, na junção entre a abertura e um pensamento, a intenção é introduzida. Se tiver diversos objetivos, escreva-os e focalize neles a sua intenção, antes de entrar na abertura. Se desejar uma carreira de sucesso, por exemplo, entre na abertura com essa intenção e a intenção já lá estará, como uma tênue luz de conhecimento. Espere que floresçam quando chegar a estação. Não deve escavar para ver se as sementes dos seus desejos estão a crescer, nem deve prender-se muito para ver como elas se vão desenvolver. A única coisa que deve fazer é libertá-las.
  3. Mantenha-se no estado de auto-referência. Não deve olhar para si próprio através dos olhos do mundo, ou deixar-se influenciar pelas opiniões e críticas dos outros. Um bom meio para manter esse estado de auto-referência é guardar os seus desejos para si próprio; não os partilhe com mais ninguém, a menos que sejam pessoas que tenham exatamente os mesmos desejos que o leitor e estejam muito ligadas a si.
  4. Renuncie à preocupação com os resultados. Não se deve prender muito à expectativa de um resultado específico, mas sim viver com o conhecimento da incerteza, desfrutar todos os momentos da sua vida, mesmo desconhecendo os resultados.
  5. Confie no poder organizador infinito da intenção. Aceitarei o presente tal como é e deixarei que o futuro se revele através dos meus desejos e intenções mais profundos.

Para praticar a Lei da Intenção e do Desejo:
  1. Faço uma lista de todos os meus desejos. Trago sempre comigo esta lista, para onde quer que vá. Leio sempre esta lista antes de entrar em silêncio e meditação. Também a leio antes de ir dormir, à noite. Volto a lê-la ao acordar de manhã.
  2. Entrego e submeto esta lista de desejos ao movimento da criação, confiando que quando as coisas não parecerem conformes aos meus desejos há uma razão para isso e que o plano cósmico possui para mim desígnios ainda mais grandiosos do que aquilo que eu alguma vez imaginei.
  3. Praticar o conhecimento do momento presente em todas as minhas acções.


6. A LEI DO DESPRENDIMENTO

Para adquirirmos qualquer coisa no universo físico temos de renunciar à nossa ligação a ela. Não devemos desistir da intenção, nem devemos desistir do desejo. Devemos desistir da nossa ligação ao resultado. Isto se baseia na fé inquestionável.

A ligação ao resultado baseia-se no medo e na insegurança. E a necessidade de segurança baseia-se no fato de não conhecermos o nosso verdadeiro Eu. É a consciência que sabe como realizar todas as necessidades. Tudo o mais constitui um símbolo: carros, casas, contas bancárias, roupas e aviões. Sem o desprendimento, tornamo-nos prisioneiros de necessidades mundanas desesperadas e impossíveis, preocupações triviais, desespero passivo e tristeza. A verdadeira consciência da riqueza consiste na capacidade para obtermos aquilo que queremos, quando quisermos, e com um mínimo de esforço. Aqueles que procuram segurança perdem-na para sempre e nunca a encontram. O desejo de segurança constitui uma ilusão.

O desejo de segurança e certezas, na verdade, constituem uma ligação ao conhecido. O conhecido é o nosso passado. Não há evolução, surge a estagnação, a entropia, a desordem e a decadência. A incerteza, por sua vez, constitui o solo fértil da criatividade e da liberdade puras. A incerteza significa entrar no desconhecido em cada momento da nossa existência. O desconhecido constitui o campo de todas as possibilidades, sempre vivas, sempre novas, sempre abertas à criação de novas manifestações. Sem a incerteza e o desconhecido, a vida consiste apenas na repetição
obsoleta e desgostosa de memórias. Tornamo-nos vítimas do passado - aquilo que vivemos ontem é o que nos atormenta hoje. Renuncie à sua ligação com o conhecido, entre no desconhecido e entrará no campo de todas as possibilidades.

Todos os dias pode procurar a emoção daquilo que virá a ocorrer no campo de todas as possibilidades. Quando tiver a experiência da incerteza, encontra-se no caminho certo, por isso não desista. Quando nos deixamos prender, retiramos ao desejo a sua infinita flexibilidade e fluidez, encerrando-o numa moldura fixa, que interfere com todo o processo de criação. Entre
o ponto A e o ponto B há uma infinidade de possibilidades. Tendo interiorizado o elemento da incerteza, podemos mudar de direcção em qualquer momento, se encontrarmos um ideal mais elevado ou uma coisa mais emocionante. Também nos encontramos menos dispostos a forçar as
soluções para os problemas e isso permite nos manter atentos às oportunidades. Pode ver cada problema da sua vida como uma oportunidade para um benefício maior, pode manter-se atento às oportunidades baseando-se no conhecimento da incerteza. Se estiver preparado e a oportunidade surgir, a solução aparecerá espontaneamente. Designa-se isso muitas vezes como “boa sorte”.

Para praticar a Lei do Desprendimento:
  1. Entro no campo de todas as possibilidades e antecipo a emoção que pode ocorrer se eu me mantiver aberto às escolhas.
  2. Hoje vou praticar o desprendimento, a liberdade de sermos como somos. Não imporei ideias rígidas sobre como as coisas deveriam ser. Não forçarei soluções para os problemas, pois isso criaria novos problemas. Participarei em tudo com um envolvimento desprendido.
  3. Hoje interiorizo a incerteza como um ingrediente essencial da minha experiência. A minha boa vontade para aceitar a incerteza fará com que as soluções surjam, espontâneas. Quanto mais incertas as coisas parecerem, mais seguro me sentirei, porque a incerteza é uma fonte inesgotável.


7. A LEI DO “DHARMA" OU DA FINALIDADE DA VIDA

Há alguma coisa que conseguimos fazer melhor do que qualquer outra pessoa no mundo e cada talento específico, com a sua forma singular de se exprimir, também requer necessidades especiais. Quando essas necessidades se combinam com a expressão criativa do nosso talento,
gera-se a centelha que dá prosperidade. "Cada um de vós possui um talento especial que ninguém mais possui e cada um de vós tem uma maneira especial de exprimir esse talento, que
também ninguém mais possui.” A vida das pessoas prósperas focaliza-se naquilo que devem dar para cumprir a razão da sua existência aqui.

São três os componentes da Lei do Dharma.

Cada um de nós se encontra aqui para descobrir o seu verdadeiro Eu. Somos seres espirituais que têm experiências humanas ocasionais. Temos de descobrir por nós mesmos o deus ou a deusa em embrião que existe dentro de nós e deseja revelar-se, para podermos exprimir a
nossa divindade.

Exprimirmos os nossos talentos especiais. Todos possuímos um talento cuja expressão é de tal modo singular que não existe mais ninguém vivo no planeta que possua esse talento ou essa forma de o exprimir. Quando está fazendo isso, perde a noção do tempo.

Vontade de servir a Humanidade. Servir os outros seres humanos é perguntar “Como posso eu
ajudar? Como posso ajudar aqueles que me rodeiam?” Através da simples substituição, no nosso diálogo interior, da pergunta “O que posso eu obter?” pela outra “Como posso eu ajudar?”, passamos logo do plano do nosso ego para o domínio da nossa alma.

A primeira regra é: Vou tentar descobrir o meu eu superior, que se encontra para além do meu ego, através da prática espiritual.

A segunda regra é: Vou descobrir os meus talentos especiais e, depois de os descobrir, vou entrar em estado de felicidade, pois o processo de felicidade ocorre quando adquiro o conhecimento do eterno. Nesse momento, entro em estado de beatitude.

A terceira regra é: Vou perguntar a mim mesmo quais as minhas melhores qualidades para servir a Humanidade. Vou responder a essa pergunta e depois pôr em prática a atitude. Vou utilizar os meus talentos especiais para servir as necessidades dos outros seres humanos, vou
combinar essas necessidades com o meu desejo de ajudar e servir os outros.

Se o dinheiro não fosse uma preocupação para si e se tivesse todo o tempo e dinheiro do mundo, o que faria? Se pensa que continuaria a fazer aquilo que faz no momento, isso significa que se encontra em dharma, porque tem uma paixão por aquilo que faz - exprime os seus talentos especiais. “Quais as minhas melhores qualidades para servir a Humanidade?” Responda à pergunta e ponha a atitude em prática. Quando as suas expressões criativas responderem às necessidades dos outros seres humanos, a riqueza fluirá espontaneamente do não-manifesto para o manifesto, do âmbito da alma para o âmbito da forma.

Para praticar a Lei do Dharma:
1. Hoje vou dar toda a atenção e amor ao deus ou deusa em embrião que se oculta no mais fundo da minha alma.
2. Faço uma lista dos meus talentos especiais. Depois faço uma lista de todas as coisas de que gosto de fazer quando exprimo os meus talentos especiais. Exprimindo os meus talentos especiais e utilizando-os a serviço da Humanidade, perco a noção do tempo e crio abundância na
minha vida, assim como na vida dos outros.
3. “Como posso eu servir?” e “Como posso eu ajudar?”. As respostas a estas questões vão permitir-me ajudar e servir os outros seres humanos com amor.

A SEQUÊNCIA

Na vida cotidiana, a aplicação destas leis obedece a uma sequência natural que pode ajudá-lo a lembrar-se delas. A Lei da Potencialidade Pura pratica-se através do silêncio, da meditação, do não-julgamento, da comunhão com a natureza, mas é ativada por meio da Lei da Dádiva. Aqui o princípio consiste em aprender a dar aquilo que deseja para si. Assim ativa-se a Lei da Potencialidade Pura. Se deseja prosperidade, ajude os outros a serem prósperos; se procura dinheiro, dê dinheiro aos outros; se procura amor, apreço e afeto, aprenda a dar aos outros amor, apreço e afeto. Através das suas acções, quando aplica a Lei da Dádiva, ativa a Lei do Karma. Pode criar um bom karma e um bom karma torna a vida fácil. Verá que não precisa despender grandes esforços para realizar os seus desejos, o que conduz logo à compreensão da Lei do Menor Esforço. Quando tudo parece surgir com facilidade e sem esforço e os seus desejos continuam a realizar-se, começa a perceber espontaneamente a Lei da Intenção e do Desejo. A realização dos seus desejos com um mínimo de esforço torna quase natural para si a prática da Lei do Desprendimento. Por fim, como começa a perceber todas as leis anteriores, passa a focalizar-se na sua verdadeira finalidade na vida, chegando assim à Lei do Dharma. Por meio da aplicação desta lei, em que exprime os seus talentos especiais e realiza as necessidades dos outros seres humanos, começa a poder criar tudo aquilo que quiser, sempre que quiser. Torna-se despreocupado e feliz e a sua vida passa a constituir a expressão do amor ilimitado.

Esse texto é redirecionado para um outro blog quando clica no link (acima da foto) Meus agradecimentos ao autor que compartilhou conosco um resumo do que aprendeu.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Bebendo nas fontes Logosóficas

A confiança em si mesmo

Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
 
Sempre se viu, por exemplo, a muitos decidirem empreender uma obra, grande ou pequena, e mais tarde abandoná-la pela metade, amiúde para empreender outra, ou outras, que também ficam truncadas, sem que exista uma explicação que justifique essa mudança de conduta, adotada, precisamente, para modificar as próprias decisões.
Pois bem; isso obedece, na maioria dos casos, à insegurança dos pensamentos alojados na mente; e se há tal insegurança, logicamente é porque eles não são fruto da concepção própria. Pensamentos de toda índole desempenham ali um papel preponderante, sendo muitos deles, às vezes, alheios aos motivos de preocupação em que o ser se acha absorvido.
Querer é poder quando o que se quer se sente profundamente

Ao contrário disso, quando se empreende uma obra e ela é levada a bom termo, é porque as reflexões foram bem amadurecidas antecipadamente, e a inteligência favoreceu o projeto graças à esmerada elaboração do plano a ser realizado. Em tais circunstâncias, o ser pode ter confiança e segurança nas diretrizes próprias, e dificilmente acontecerá que deva abandonar o trabalho começado, desde que antes de iniciá-lo tenha tomado, repetimos, todas as medidas que possam contribuir para assegurar o êxito na empresa.
Muitas vezes, um simples desejo mental, promovido por um ou outro pensamento, leva o homem a realizar coisas que, por não haverem sido devidamente pensadas, fracassam quase em seu início.
O pensamento executor de uma obra deve ter, necessariamente, raízes na consciência, pois é dela que o ser haverá de se valer toda vez que se sentir debilitado.
Diante do que ficou dito, temos de admitir que os mais capacitados são os que triunfam, levando seus projetos a uma feliz culminação. A capacidade compreensiva é, pois, imprescindível em todos os atos do pensamento, e é para ela que a vontade deve sempre apelar, a fim de não se debilitar em plena ação.

Trechos extraídos de artigo da Coletânea da Revista Logosofia Tomo 1 p. 137 e 138