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terça-feira, 28 de maio de 2013

Véspera de submissão de artigo

Tenho que falar bonito sobre o tema que escolhi. Minha vaidade, ego, perfeccionismo e insegurança emergem de tal forma que paralisada fico. Invento mil distrações, ora estou com fome, ora preciso vêr TV pois me sinto sem inspiração, ou necessito fazer minha sobrancelha, unha... E sinto muito sono! No meio da leitura aceleradora da mente (tática para depois escrever), não consigo completar meu plano pois já estou caindo de sono.
Rezo, medito, me irrito com qualquer coisa na internet e perco a paciência com os amigos que não precisam publicar um artigo.
Que coisa chata me preocupar com como lerão o que eu digo. Obvio, eu sou muito crítica quando leio os outros - principalmente iniciantes das ciências... Quão pretensiosa! Na hora de lêr é fácil criticar, na hora de escrever e pros outros, aí tudo complica de uma hora pra outra e as palavras que antes fluíam agora parecem engasgar e nada faz muito sentido, e nunca está bom o suficiente.
Faz mais de um ano que não escrevo nesse meu blog, que também não curto divulgar muito. Isso deve ser um bom sinal (de que além de ocupada, não estou mais "precisando" escrever), e toda vez que venho aqui me pergunto porque faço isso. Talvez seja para quando eu tiver lá pelos 70 queira reler tudo... Que tédio! Prefiro viagens e amores (mesmo que aos netos...).
No fim da noite olho para o que eu tinha para fazer, tanta coisa planejei e tudo continua intocado... O tempo voa de uma forma que só lembro que passou quando chega a fatura do cartão de crédito e eu vejo que vivi vários dias (vida para consumo? Hello Bauman!).
 Porque não tive tempo para acordar muito cedo, ir pedalar na orla do leblon à ipanema, beber uma água de coco, dar um mergulho e aproveitar meu plano na academia que oferece 10 mil opções de aulas para modelar meu corpo. A propósito, esse é meu tema. Estou na parte final onde falo do papel do designer como conciliador entre a modelagem do corpo e a modelagem do biquíni carioca. O ponto central dessa parte da pesquisa é que após eu falar sobre a dimensão simbólica do corpo feminino em um contexto de inovação tecnológica nas ciências (medicina estética, biomedicina, técnicas corporais etc), de um lado temos o corpo como uma peça de argila a ser esculpida pelo próprio dono, mestre e autor de sua modelagem, formas, curvas e cores - e de outro lado temos a indústria fornecendo novos suportes, novas técnicas e materiais para a execução da (re)modelagem corporal e também o acompanhamento desse corpo modelado através da moda. Na indústria de moda praia o designer busca conciliar a modelagem do biquíni, dos suportes, das matérias primas e tecnologias inovadoras com as demandas que segmentos do mercado consumidor de biquíni buscam.
O papel do designer é interdisciplinar, ele faz seu projeto dialogar com variadas dimensões para desenvolver um produto completo, ou seja, o projeto não se limita a escolha de estampas, conceito, cores e modelagens, ele como "um todo" faz pontes com o que se observa de comportamento social, anseios de novas demandas, de segmentos de consumidores mais fragmentados ou diversificados, onde para cada corpo haverá um lugar, ambiente, história, grupo social e discurso.
As mídias digitais e a liquidez das redes sociais tornam os processos de subjetivação mais dinâmicos, as trocas simbólicas são mais fruídas. Corpos são mostrados, exibidos para amigos, amigos de amigos ou qualquer pessoa. Corpos que ostentam códigos de regulação, comunicam o gosto, a tendência de moda, a criatividade de quem produz e é dono do corpo da imagem que divulga: detalhe do acessório, a forma de amarrar o lacinho, o tamanho da roupa, do biquíni, da prótese de silicone, tudo faz relação com a linguagem,  com o que rodeia o coletivo e se torna vigente: na moda, no gesto e no discurso.
As marcas de moda praia que antes criavam suas coleções em conjunto com as estratégias de entrada de mercado, publicidade e branding, vão se adaptando às novas formas de comunicar que vão surgindo na era digital e das redes socias, por exemplo.
Cabe ao designer de moda praia, ou demais profissionais ligados à execução da coleção da marca, o mergulho na dimensão simbólica desse corpo que consome e vive a cultura de praia. Nossa conclusão é que o  profissional que não faz parte ou pelo menos estuda esse repertório (imagético, dos discursos, dos usos de produtos ligados à cultura de praia, das tribos urbanas e dos costumes da usuária de biquíni), ele até pode se utilizar ou copiar o que é feito ou replicar o que já conhece, mas ficará atrás na corrida das marcas e posicionamento de mercado - podendo chegar ao status de obsolescente, o que favorece muito a perda de fôlego nos negócios - até falência da marca/ empresa.
O papel do designer de moda praia em tempos de mudanças rápidas como a democratização de estilos e o paradoxo da ditadura da beleza em relação aos corpo talvez seja entender os tantos fatores que tornam a moda praia diversificada e contribuem para o surgimento de novas demandas.

Enfim, falei, falei, ficou caído, mas no final tudo dá certo. Daqui vomitei um pouco, depois sei que vou digerir melhor e na pressão da última hora ficará excelente! (a esperança é a última...)

#vidademestranda

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