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segunda-feira, 30 de abril de 2012

E o amor hoje, é real? A opção família e filhos é tradição ou pode ser moderna?



Havia uma discussão na mesa. Eram mulheres cultas e havia um gay, culto também. Ah, também tinha um homem, desses sensíveis....
A discussão foi parar no sentido do amor, da família e por fim nas questões sobre ter ou não ter filhos e suas implicações nos dias de hoje. Eram todas "maduras", umas não tinham mais essa opção, escolher ou não, simplesmente escolheram em um passado próximo, e então falavam, justificavam e ilustravam os seus valores e como se sentiam hoje. Outras ainda poderiam escolher, mas seria já fazendo parte de um grupo diferenciado, a gravidez tardia. Acho que somente uma das moças estava na fase em que as mulheres mais engravidam. A fase  onde a sociedade ainda não sabe o que ela pretende, geralmente as novas balsacas são aquelas que ficam sob observação da família e dos próximos, parece que paira no ar uma expectativa: será que vai ou fica? Sobretudo se a moça for solteira e sem planos ou romances à vista...
O amor é algo esquisito demais. Na juventude ele é lírico, romântico, poesia que se escreve com letras em estilo barroco, com formas orgânicas. Ele tem cheiro de flor e incenso, ele brilha como uma vela na janela, reflete uma luz como a da lua na escuridão. O amor inocente é lindo, é puro e sacana, mas esse sacana é leve, diferente do amor maduro.
Depois de muitos amores puros, leves, sacanas, românticos e fantasiosos... A gente fica cansada, chega um momento em que se não nos prendemos ao que é considerado "sério", ficamos à margem, e daí surgem tantos outros interesses "fundamentais" que a dificuldade em sair dessa zona de conforto do "eu com eu", se torna um desafio. 
Me vi ali, diante de olhares do mundo, mulheres que preferiram ser elas por elas, sem filhos, sem romances formalizados... Elas casaram com suas profissões, acho que seus ideais eram os da liberdade absoluta, da independência de serem donas do próprio tempo e nariz.
Mas, não sei, minha razão achava aquilo tudo maravilhoso, eu mesma já pensei assim tantas vezes, ainda mais descobrindo tantos caminhos que sozinha ficam mais próximos, ainda mais assistindo a enunciação de um mundo cada vez mais e mais injusto, duro, árduo de se viver e conseguir um lugar ao sol... Essa era a voz objetiva, lógica... Mas sou um ser antagônico, e para não perder a crítica, me vi vendo, ou melhor, sentindo um outro lado que falava baixinho e tímido - mas me direcionava a atenção: dizia-me que não preciso ir na mesma direção, que poderia haver outras saídas, outras formas de ter o amor da família, a tradição de uma forma moderna, ou melhor dizendo, funcional aos tempos de hoje. "Funcional" é muito racional! Então, pensei no amor do homem e da mulher, acho que estou divagando... O amor existe hoje? De hoje até quando? O amor é circunstancial e muda com nossas mudanças, visões de mundo, valores? Ou é algo metafísico, espiritual? Existiria um amor capaz de fazer com que não desejemos sair de uma relação no meio dela e experimentar outros gostos, toques, momentos e mundos? Soa tão entediante esse amor eterno... Mas ao mesmo tempo ele é tão desejado! Tão buscado... Será por ser esse amor, um tipo imaginado, um mito, e por isso mesmo é que nós tentamos buscá-lo? Por ser algo inalcançável, platônico, virtual? Mais uma vez me acho pouco prática e me deparo com outra questão existencialista, e o que afinal é real? 
Janara Morenna, 17:55, Rio, 30 de abril de 2012.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Que inimigo?



  • ‎16 de abril 2012: Eu desejo para mim e para todos os que querem evoluir, jamais retroceder, que tenhamos força para vencer nosso maior inimigo: nós mesmos. Nossa mente é tão poderosa que pode nos enganar. Pode nos levar pra qualquer canto, inclusive pra bem longe dos nossos sonhos e objetivos. Por isso, essa semana quero que meus amigos pensem nisso, só nós podemos nos boicotar de fato. Boa semana.

domingo, 8 de abril de 2012

salvo ou não salvo?


Momentos de criação

Salvo ou não salvo?
Salvo o blog das palavras? Mesmo mudando o repertório?

Acordei com fome de algo que eu não sabia o quê. Sou dessas que obedece os impulsos naturais e tenta “mimar” meus desejos mais primitivos: comer.
Analisando a geladeira, que ótima terapia, olhava para cada item com calma, e então, após “satisfazer a última necessidade”, que se chamava “doce”, voltei para minha deliciosa cama... Eis que percebi outra necessidade... A de pensar. Se contrapondo a outro tipo de necessidade, aquela que é real, vêm da razão, me deparei com um conflito; preciso dormir porque quero acordar cedo, mas não consigo frear o impulso dos pensamentos que veem e que, como em relâmpagos, me fazem entender alguma coisa de antes ou suspeitar alguma outra coisa de algo que eu não sei o que é.
Comecei a pensar no meu sonho; por que aquelas pessoas, por que faziam o que faziam, e enquanto isso, tudo se embaralhava... e um outro pensamento que se sobrepunha dizia:  a única verdade mesmo é piegas, eu só sei que não sei de nada mesmo. Sou (e somos) um “nadica”... Não podemos ter nenhuma arrogância (!!!).
 Tudo que eu achava que um dia eu sabia, no outro vejo alguma Verdade maior que faz com que o que eu sabia seja reduzido a pó... Nessas horas tenho até vontade de excluir esse blog.
Esse blog começou como um lugar onde eu poderia continuar minhas “buscas”, sim, no sentido popular, esse termo “buscadora” significa alguém que procura sempre entender a vida sob um paradigma que a eleve a uma iluminação pessoal... Existem mil maneiras de explicar o que é ser uma buscadora, mas acho que posso reduzir tudo a alguém que procura conforto. Sim, tais inquietudes (existenciais) são às vezes tão apavorantes, que o mais fácil  é procurar através de razões, as desculpas para cada coisa de errado ou estranha que acontece no nosso dia a dia.
Ao longo de 30 anos, acumulei muitas inquietudes – sei que isso não mudará, sou uma curiosa faminta, esfomeada... Eu achava, não sei por que, mas suspeito de vários fatores (adiante narrarei), que eu tinha que entender o mundo. Deparei-me com um contexto curioso, cresci convivendo com um filósofo, um intelectual que apesar de péssima pessoa, mau, bruto... Era muitíssimo culto e inteligente (sim, muito contraditório mesmo, ah, ele também era geminiano...). Tive também um avô postiço, pai do meu “pai-drinho”, aquele que representava o pai no sentido nobre da palavra, esse avô era jornalista e escritor. Tinha em sua casa somente estantes recheadas com livros, mal se podia ver as paredes, ele leu até a sua morte em ritmo constante, por vezes, relia o mesmo livro várias vezes, pois estava “esquecido”.
Ambos “curtiam” de tudo e nesse tudo vinha muita coisa do mundo de lá (ou que pretendia explicar). Dos fenômenos empíricos, experimentalistas ao culto a magia...de templários aos pais da psicologia...
Dentro da minha subjetividade surgia uma certa pessoa, que mal sabia suas referências, ouvia que seu nome diferente era indígena. Sua história “diferente” era totalmente mística, sua origem também... Isso tudo se misturava com suas atividades também estranhas... Sonhos reais, pré-munições, o hábito de se isolar do mundo – mas descrevê-lo em ilustrações e pinturas, e a vontade de ler ou conversar com pessoas muito mais velhas, desde muito pequena. Lógico que essa pessoa cresceu confusa e teve muitos problemas de auto-aceitação ou de ser aceita em seu meio social.
Felizmente o tempo passou – e nada é para sempre... Mas a sede de tentar “achar” e de me mimar continuou. Hoje consegui conquistar uma etapa em que terei oportunidade de elevar meu conhecimento a um estágio que jamais pensei, e com incentivos, pois desta vez é algo formal, ou seja, estou inserida em um contexto social ao qual tenho subsídio para prosseguir, seguindo claro, muitas e muitas regras.
Aprender filosofia, entender a constituição do mundo – de forma mais profunda, conviver com mentes férteis e ter motivos para me esforçar no sentido de abarcar todo esse mundo do conhecimento clássico e ainda do que há  por vir, não preciso dizer que é “perfeito”, mas tem um preço: saber que o mundo é uma cortina que precisa ser removida causa angústia.
Tenho tanto o que aprender.... Saber que tudo o que eu vi, li e apreendi pode ser nada perto de grandes verdades muito mais profundas, que para eu entender, preciso ir muito mais além, o que causa um sentimento de impotência e frustração, claro, misturado com (muita) ansiedade e vontade de possuir dias com 50 horas.
Diante de tudo isso que acontece dentro, o impulso de levantar e colocar nessas letras o que a mente não deixa traduzir legitimamente, é um exercício que requer clareza de ideias e muito senso crítico... (mas eu precisava dormir para acordar cedo, tenho que pedalar antes de estudar, diz o racional).
Aqui estou, diante de um paradoxo, tudo que eu disse nesse blog, quando olho sua construção, mal sabia onde queria chegar, e hoje sei que está longe de eu saber para onde ir, só sei que de frases de auto ajuda, vou passar por Lacan, Freud, Nietzsche, pelos gregos, pelos mitos, pelos modernos...Mas que seja sem PRETENSÃO alguma (repito que sempre foi, basta ler sua introdução, ao lado da ilustração), somente com o objetivo (se é que posso chamar de objetivo) do registro.
Se assim um dia servir como âncora para respostas às minhas manifestações mais íntimas, então eu saberei que tive sim um objetivo e que este se cumpriu (ou não) com a continuidade deste blog, que visto e revisto por mim, por outros, e também (ou principalmente) pelos medíocres que buscam entender a mim, (o outro) e não a si próprios - esses sim, nunca me entenderão, eu os desapontarei sempre, pois mesmo parecendo, mesmo sendo óbvio que toda a essência está aqui, eu digo que não! Isso é menos que um fragmento, e segue uma linha, mas são muitas as linhas....Em outras palavras: Eu não estou aqui!
Para fechar me coloco em outro paradoxo, um que nunca entendi, somente a explicação da astrologia “deu conta”:  é o de como eu não consigo sentir ódio/raiva/ etc., pelos infelizes que passaram trazendo angústias e sofrimento? Na astrologia dizem que para o pisciano esse mundo é tão irreal e nada menos que um estágio, uma escola para o que está por vir, que assim sendo, os piscianos são os últimos do zodíaco, a última encarnação aqui , carregam um pouquinho de cada signo, e é por isso que se tornam seres altamente compreensivos e alheios à realidade objetiva, preferindo sempre “entender” as dimensões subjetivas para justificar a má conduta alheia, trazem para o campo do aprendizado, do crescimento espiritual, etc.
Na filosofia budista há uma similaridade: a  pessoa que te  causa o mal estar, na verdade não é ela, e sim “a maldade”, que cumpre uma função que para nós (no fim) é positiva, pois nos serve para análise, entendimento e consequentemente nossa evolução. Ou seja, temos que entender o porquê daquilo que ocorre dentro de nós... E se entendemos, esses padrões deixam de aparecer na nossa vida.
Assim sendo me vejo muito pisciana e muito budista – mas isso não quer dizer que eu esqueça os fatos negativos passados, não, nesse caso aprendi com uma ciência chamada Logosofia, que: “recordar o bom para alentar a alma e o mal para adestrar o juízo”.
Agora acho que conseguirei voltar a dormir! Bons sonhos!