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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Os Encantos da Filosofia Budista - Para Iniciantes


Simples e direta a explicação sobre o Karma dessa publicação:

Os Encantos da Filosofia Budista - Para Iniciantes


O poder da Lei Mística transforma o carma

Edição 2069 - Publicado em 29/Janeiro/2011 - Página Carma
Origem do termo
A palavra “carma” deriva do sânscrito “karma” e significa “ato” ou “ação”.
Realização ou resultado
Quando o budismo foi transmitido para a China, esta palavra foi traduzida utilizando o ideograma chinês ye (go, em japonês), que significa “ato” no sentido de realização ou resultado.
O que dizia
Na Índia, o conceito ganhou força até mesmo no antigo pensamento indiano. As pessoas acreditavam que as circunstâncias do renascimento eram determinadas pelos seus atos bons e maus, ou seja, por seu carma.
Observe
O termo “carma” originalmente se referia tanto aos atos bons quanto aos maus. Mas, ao longo do tempo, passou a aplicar-se de maneira generalizada no sentido negativo. Talvez isso ocorra porque as pessoas têm mais dificuldade de esquecer os eventos negativos.
Tema religioso
Dessa forma, a transformação do carma negativo tornou-se um dos temas religiosos mais importantes.
Hoje
Devido à visão fatalista incorporada ao longo do tempo, atualmente, para as pessoas, o conceito de carma é mais facilmente entendido como “destino” ou “sorte”.
Pode mudar?
No entendimento popular, a sorte ou o destino não podem ser mudados. Então, como fica o destino de um país, de uma pessoa ou da humanidade? Será que ele é passível de mudança?
Desejo universal
Em contradição, mudar o destino ou a sorte é o desejo universal de todas as pessoas. Por isso, supostamente, para encontrar resposta a essa questão surgiram os movimentos filosóficos e religiosos, incluindo aqui as grandes religiões mundiais.
Passividade
Atualmente, mais e mais pessoas não aceitam a ideia de que alguma força superior ou divindade tem o poder de controlar seu destino. Isso acontece porque, quanto mais absoluto for o conceito de que uma força superior ou divindade controla o destino, mais passivas as pessoas se tornarão e mais insignificante parecerá sua vida.
Antes do budismo
Na Índia antiga, antes do surgimento do budismo, a ideia do carma era igualmente vista como absoluta, a ponto de acreditarem que as pessoas poderiam se libertar do ciclo de renascimento produzido pelo carma somente por meio de rituais religiosos executados pelo clero.
Florescimento do budismo
Essa pode ter sido uma razão importante para o subsequente florescimento do budismo. Esse ensino libertou as pessoas da visão absolutista do carma ou destino, e enfatizou o poder do livre-arbítrio. Ensinou que tanto a formação como a libertação desse carma dependiam exclusivamente da vontade e dos atos da pessoa.
O caminho do budismo
Por isso, o budismo é conhecido como o “caminho interior” em oposição ao “caminho exterior”, um termo usado para designar os ensinos não budistas.
O Budismo Nitiren
A essência do Budismo Nitiren está em ver o carma como responsabilidade de cada pessoa. Esse é o significado de “caminho interior”. Mas os ensinos provisórios ou pré-Sutra de Lótus interpretaram este princípio de maneira equivocada.
Sutra de Lótus
O Sutra de Lótus é o ensino que liberta as pessoas fundamentalmente das amarras do destino por defender que todos possuem a natureza de Buda inerente. Quando se entende a doutrina da transformação cármica exposta no Sutra de Lótus, enxerga-se claramente o poder benéfico do Budismo de Nitiren Daishonin com relação a esse princípio.
Determinismo do carma
A visão do Sutra de Lótus sobre “expiar as ofensas” difere fundamentalmente daquela dos ensinos pré-Sutra de Lótus. O reconhecimento do livre arbítrio é uma das características mais distintas do conceito budista de carma. Entretanto, não se pode negar que, ao longo dos séculos, depois da morte de Sakyamuni, essa base primordial foi sendo esquecida, e o que passou a predominar foi uma ideia mais determinista do carma.
Por exemplo
Assim, era dito para as pessoas que elas vinham acumulando um número incalculável de faltas e más ações de suas existências passadas até o presente. Isso, naturalmente, faziam que se sentissem impotentes, sem esperanças, incapazes de erradicar um carma tão pesado.
Esta visão está errada
De acordo com a visão geral do carma, é impossível transformar e erradicar todas as causas ou o carma negativo que acumulamos ao longo de muitas existências, e que o máximo que podemos esperar é reduzir pelo menos uma pequena parcela desse saldo negativo que carregamos conosco, nas profundezas de nossa vida. Mas, enquanto isso, no decorrer dos dias, continuamos a acumular mais carma negativo decorrente de nossas ações e, presos a esse ciclo, acabamos desenvolvendo uma mentalidade pessimista e impotente.
Como surgiu a visão equivocada?
Acredita-se que, em parte, teria sido por causa da intervenção de alguns clérigos corruptos. Em muitos casos, eles declaravam que as pessoas eram prisioneiras de seu carma e que somente o clero poderia erradicar seus maus atos do passado. Eles usavam sua autoridade religiosa como um instrumento de intimidação. Esses sacerdotes enfatizavam que o ser humano era uma criatura pecadora por natureza. Mas, na realidade, eram eles próprios os maiores pecadores que poderia haver.
Conclusão I
O Budismo Nitiren opõem-se às tendências desses ensinos errôneos. Ensina que podemos transformar nosso carma negativo completa e definitivamente. Esta é precisamente a razão de Daishonin ter enfocado a questão do carma.
Conclusão II
O que liberta as pessoas de seu carma ou destino é a clara revelação de que é possível transformá-lo. O budismo explica o carma para mostrar como transformá-lo. Em outras palavras, sustentar a doutrina do carma sem esclarecer devidamente a forma de transformá-lo é interpretar o Budismo de maneira equivocada. Esses ensinos só contribuem para que as pessoas continuem prisioneiras dos grilhões do carma.
Conclusão III
Outra característica distinta do Budismo Nitiren com relação ao carma é seu foco intenso e rigoroso no indivíduo ou no “eu”. Ensina que cada pessoa deve refletir profundamente sobre seu carma e esforçar-se para mudá-lo, empregando o poder da Lei Mística que todos possuem inerentemente.

Os Encantos da Filosofia Budista - Para Iniciantes


Carma - parte 2

Edição 2070 - Publicado em 05/Fevereiro/2011 - Página A6

O significado da transformação do carma

Três categorias de ação
São: pensamentos, palavras e ações. Por meio das três, o carma é formado. De um outro ponto de vista, a vida de uma pessoa define-se pela forma como ela pensa, fala e age.
Carma são valores
Carma, portanto, são os valores de uma pessoa. Esses valores que partem do coração são os que definem a vida. E eles não desaparecem com a morte. Por isso, é tão importante ficar atento ao “tesouro do coração”.
Carma e Chakubuku
Mudar o coração de uma pessoa é modificar o próprio carma. Por isso, o Chakubuku é a verdadeira prática da transformação cármica. Tal prática transforma tanto o coração do apresentador, que se esforça em fazer alguém feliz, quanto do convidado, que se torna feliz, ao superar seu sofrimento apoiado pelo apresentador.
Carma é energia
Essa energia cármica só é superada pela energia vital do estado de Buda. Tal energia é absoluta e não sofre influência do carma; pelo contrário, o influencia.
A energia vital
A energia vital do estado de Buda é absoluta porque se baseia em valores universais. Um buda é guiado pelo supremo valor da dignidade da vida. Ou seja, um valor universal, inerente a tudo e a todos e que nunca muda. Os seres humanos possuem esse valor no âmbito mais profundo do seu ser. Basta, apenas, torná-lo manifesto.
Vida e morte
Com relação à vida e à morte, pode-se afirmar que a “vida” é quando a energia do carma assume uma forma fixa; e a “morte”, é quando a vida deixa de ser forma e torna-se una com a vida do Universo como um fluxo de pura energia.
A influência das ações
O presidente Ikeda comenta: “O que continua após a morte? A conclusão de Sakyamuni é que o carma continua. Nossas circunstâncias na presente existência são o efeito de nossas ações passadas (carma), e nossas ações no presente determinam as circunstâncias de nossas ações no futuro. Ou seja, a influência de nossas ações prosseguem de uma existência para outra, transcendendo a vida e a morte. Essencialmente, é a energia do carma que continua além do nascimento e da morte”. (Brasil Seikyo, edição no 1.520, 21 de agosto de 1999, pág. 3).
Uma visão interessante
A energia cármica não se limita apenas ao indivíduo, pois ela interage com a energia cármica dos outros. Numa dimensão interior da vida, essa energia cármica latente funde-se à energia latente da família desse indivíduo, do grupo étnico e da humanidade. Da mesma forma, funde-se com a energia dos animais e das plantas.
Voltando ao ponto
O que liberta uma pessoa de seu carma é quando ela sabe como transformá-lo. Esse saber é a sabedoria do Buda que iluminará todos os pensamentos, palavras e ações. O Budismo explica o carma para mostrar como transformá-lo.
Para mudar o carma
É preciso manter os olhos fixos na própria vida. É estar disposto a mudar o próprio coração, os próprios valores. Em outras palavras, é a revolução humana.
Enfrentando o carma
Para tanto, ao fazer um juramento de manter a vida na órbita do Buda e enfrentar as dificuldades, é necessário um coração repleto de energia vital. Em outras palavras, é necessária uma firme fé na própria natureza de Buda.
Iluminação
Sobre isso, o presidente Ikeda orienta: “Quando enfrentamos nosso carma diretamente, podemos evidenciar nosso potencial para a iluminação. Não limitamos também nossa atenção ao carma pessoal. Quando nos libertamos das amarras do carma, precisamos nos dedicar em ajudar outras pessoas que também estão sofrendo a fazerem o mesmo. Em última instância, precisamos prestar atenção à tarefa de transformar o carma de toda a humanidade. Este é o caminho para a iluminação de si próprio e o de outros. Ao mesmo tempo em que nos empenhamos para transformar nosso próprio carma, ajudamos nossos amigos a transformarem o seu também. É para essa finalidade que existem as atividades da SGI. Este é o caminho fundamental e correto da prática budista”. (Terceira Civilização, edição no 433, setembro de 2004, pág. 18.)
Firme fé
A forma de colocarmos em prática a “firme fé em nossa própria natureza de Buda” é realizando o Chakubuku.
Conclusão
“Nós não focalizamos nosso carma somente para saldar nosso ‘débito cármico’ e fechar o balanço em zero. Nosso objetivo é transformar nossa ‘conta negativa’ num grande ‘saldo positivo’. Este é o princípio da transformação do carma no Budismo de Nitiren Daishonin. E é a natureza de Buda existente na vida de todas as pessoas que torna isso possível. O desafio de transformar o carma é sustentado pela firme fé em nossa própria natureza de Buda.” (Ibidem).

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O mundo não está contra você - Como lidar com quem não temos afinidade?

A não ser que você seja um ditador, ou  alguém que influencia a vida de muitas pessoas e decide seus destinos, aí, nesses casos, pode até ser que  muitos se voltem contra você, caso contrário, na vida a gente sempre vai ter aqueles que agradamos e aqueles que não nos topam, diz o popular: "o santo não bateu" na tentativa de explicar quando duas almas se repelem mutuamente.

Haveria alguma explicação mais profunda a respeito desses encontros desajustados? Creio que muitas devem ser as linhas de pensamento, da psicologia a filosofia, que tentam desvendar os segredos da afinidade instantânea versus a falta de afinidade gratuita.

A questão é que algumas pessoas levam isso muito a sério... Essa vivência que compartilho sem pretensão alguma de servir de conselho à ninguém, serve para mim como reflexão a respeito da minha própria vida, escolhas, condutas, análises subjetivas que dialogam com questões visíveis e invisíveis, do sistema mental ao sensível, e se compartilho, faço por entender que somos um quebra-cabeças, onde cada peça vem de um lugar diferente, e se todos contribuem, formamos uma imagem completa.

Os seres que se acham os mais importantes do planeta (para os outros) ficam transtornados com a falta de correspondência de alguém, quando não lhes dão a atenção que eles crêem merecer e transformam suas vidas em algo não fecundo, colocando o foco em pseudos problemas, (problema é não ter um braço, uma perna ou o que comer...). Como dizia o poeta Cazuza, ficam remoendo pequenos problemas, fazendo looping de assuntos cuja a visão de A é diferente da de B, e por isso não se conformam... No fim, quando inseguros, ainda acabam partindo para um festival de leituras tendenciosas e análises distorcidas: assim seguem alimentando novas obsessões e neuroses, até que não conseguem mais sair da zona bélica que criaram, entram na defensiva de competir e "vencer" a batalha (sem lógica) imaginada em suas mentes.

No fundo, eu "chuto" intuitivamente que esse perfil é o de um tipo muito carente de amor, amigos, pessoas, que tal arriscar VIDA?!... São como peixes fora d`água, tentam nadar em diferentes mares, e em nenhum se sentem totalmente em casa, e isso os deixa irritadiços, esquivos e críticos ao extremo. Lembrei de um geminiano que convivi durante anos na minha infância, a impressão que tínhamos era que ele nunca conseguia ficar à vontade, sempre estava acima de todos, era o mais inteligente, o mais culto, o menos valorizado... E seguia a vida se sentindo injustiçado, criticava até sua própria sombra e jamais olhava para dentro com honestidade - apesar de cobrar de outros que fossem auto-críticos. Esse ser até realizou algumas contribuições para o universo da pesquisa, realmente ele era muito inteligente, mas no fim da vida continuava vazio, doente e sozinho, na compania de seu eterno estado mental baseado no ego.



Eu escrevo essas linhas e fico pensando nas vezes que atraí esse perfil na minha vida, deve ser karma, em épocas diferentes, atuei de forma diferente também. Devo ter que aprender algo sobre o relacionamento com quem não consigo  criar laços verdadeiros de afeto, mas que tentam se aproximar (se impondo), em diversas circunstâncias.

 Fugir deles? Já fiz, não dá certo.
 Doar-se, tentar ajudar, servir de ouvido, se importar? Já fiz, eles não valorizam, logo se esquecem.
Ignorar talvez? Eles farão tudo para chamar a atenção, desde tentar causar intrigas ao querer se "vingar", são incansáveis.

 Então a solução eu ainda não sei, já que perfis assim são um tipo tão egocêntrico que creio que jamais irão assumir qualquer responsabilidade pela situação que criam, pelo contrário, a leitura de si mesmos - é a que dizem ter de você, talvez seja sem querer, algo sobre o que vemos no outro é reflexo do que precisamos trabalhar em nós mesmos... Não sei de onde vêm isso, mas faz sentido para mim.

O mundo não está contra você
 Se consideram perseguidos, vítimas, roubados, importunados e agredidos moralmente.... E assim continuam suas estratégias bélicas, se armam com arcos, flechas, palavras, raivas, ódios e proliferam ao mundo só coisa ruim - sem preceber que assim afastam ainda mais o mundo de si mesmos.

Alguns tentam tratamento com terapia, mas são tão envolventes e manipuladores, que se o terapeuta não for muito bom, alimentará o que deveria ser podado. Seria leviano julgar, mas sei por experiência própria que esse tipo de ajuda só é bom se acertamos, se damos muita sorte com um bom profissional. Usar um bom floral e homeopatia para equilibrar nosso sistema sutil pode funcionar, as pessoas muito mentais tendem a ficar muito "lado esquerdo", como dizem os orientais, precisamos ter o lado esquerdo e direito harmônicos, podemos equilibrar os lados através de meditação, alimentação, tipos de atividades e pela Yoga.



Sem querer parecer piegas
Eu queria que fosse fácil ter a grandeza de superar todo o receio em ter pessoas assim por perto, apesar que para mim vejo também como uma oportunidade de evoluir conscientemente, sinto que tais guerras geralmente são causadas por conta de tentativas de aproximação pela admiração (ou interesse) com resposta na nossa rejeição, essa negação pode acabar alimentado o orgulho e evidenciado assim as outras deficiências psicológicas.

Como em uma briga, ninguém tem razão, acho que tentar entender onde poderíamos ter atuado diferente é que é importante, assim nos livramos de situações parecidas no futuro, afinal não devemos plantar inimizades e sim buscar entender como nos proteger de seres que precisam se equilibrar, pois todos somos frágeis, todos somos uma escultura que precisa ser trabalhada, portanto, suscetível aos erros e maus julgamentos. Esperar do outro uma conduta perfeita só em conto de fadas, estamos na maiorida das vezes inconscientes, cegos, movidos por sentimentalismos e pelo amor- próprio.

"Não existe arte maior nem mais benéfica para a alma humana do que a de cinzelar a própria escultura" - já dizia o Maestro.

-Janara Morenna.:

(último post do ano, em 2012 pretendo escrever mais sobre Logosofia, Complexidade e filosofia oriental)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Suscetibilidade: um mal que poucos conseguem perceber

foto: Janara Morenna.: (em búzios, casa do lago)

"Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, Depende de quando e como você me vê passar..." Clarice Lispector


DEFICIÊNCIA: SUSCETIBILIDADE


ANTIDEFICIÊNCIA: EQUANIMIDADE


AUTOR: Pecoche



Quando esta deficiência se circunscreve às formas benignas de sua manifestação não implica, logicamente, gravidade para quem dela padece, porém quando a epiderme psicológica do suscetível se mantém em constante ouriçamento, eis aí um claro indício de que a falha chegou a seu apogeu, com os conseguintes prejuízos para o ser, que sofre já com intensidade sua influência trastornadora, e experimenta com amargura que seu trato consigo mesmo e com seus semelhantes se faz cada vez mais difícil.

O susceptível é um sujeito predisposto a ver no próximo uma segunda intenção, o que faz que se pique ou ofenda com extrema facilidade. Sua imaginación desfigura palavras e atitudes e, de acordo com isto, se mortifica e atormenta. Com frequência crê ver no semelhante o propósito de desmerecê-lo, ou se ressente pela mais leve desatenção, e não há gesto, palavra ou atitude de quem teve ocasionalmente alguma diferença com ele, que sejam justamente interpretados.

Próprio da tenacidade de seu defeito é não deixar-se convencer de que cometeu erros; nem mesmo a reflexão mais serena e honesta logra nada em tal sentido. Em tão deplorável estado mental, fruto da perturbação que sofre seu entendimento, tudo o incomoda, pois não há coisa que se enquadre na rigidez de seu pensamento, ou esteja de acordo com seu juízo, projetos, desejos ou ambições. Nem a perda de amizades nem o distanciamento dos que tiveram de tolerá-lo até a culminação de seus excessos alcançam às vezes a convencê-lo de seu erro.

Também é fato certo que o suscetível, em razão de seus desacertos, aumenta de contínuo seus receios ou os motivos que o ofendem, pois supõe que sua conduta promove comentários adversos, desconformidade, desagrado, e isto mesmo influi para que se sinta afetado por qualquer alusão que lhe pareça suspeita.

A susceptibilidade acompanha geralmente as pessoas incapazes de se colocar com modéstia nos cargos ou posições que ocupam, onde esperam sempre um reconhecimento amplo de seus valores, reais ou efêmeros, por parte dos demais.

Esta deficiência fomenta em alguns casos o recurso de adular, coisa que o ser faz com o intuito de obrigar a reciprocidade no trato. O suscetível busca a adulação como o toxicômano busca o alcalóide; daí que quando esta não se manifiesta, ele se ressinta, evidenciando amiúde grande falta de discrição e tato.

Deixaremos ao leitor a tarefa de enumerar as múltiplas deficiências que se associam a esta falha posicológica e contribuem para acentuar sua ação negativa.

Quando o que adoece deste mal psicológico decide se dedicar à tarefa de realizar o proceso de evolución consciente, comprova que a negatividade de sua deficiência cobra especial significação, porque ela entorpece de constante a louvável decisão de encaminhar a vida pelo limpo caminho do aperfeiçoamento, ao lhe criar situações que não condizem com a integridade que se deve manifestar nele. A repetição de tais perturbações comove permanentemente seu campo mental, ao chocar-se com os demais por causa das circunstâncias promovidas por seu mesmo temperamento rabugento.

A ecuanimidad (equanimidade) é o sentido da justiça, e, por sua vez, a medida exata com que se justapreciam os valores opostos. Ela mantém o homem a cuberto das atitudes extemporâneas da suscetibilidade, que surgem impulsionadas pelas ligeirezas do juízo. A afabilidade é o mel que, derramado sobre o vinagre psicológico, melhora seu sabor.
Ela tem seus berços nas excelências da alma, enquanto a suscetibilidade se gera nos domínios do instinto.

Quem quiser experimentar esta notável transição anímica e temperamental, deve seguir a indicação exposta, o que lhe permitirá superar uma das deficiências mais detestáveis e penosas.

O benefício que se obtém com o câmbio é de dimensões insuspeitadas. Sua realidade se encarregará de adverti-lo e fazer com que se disfrute desta mudança plenamente.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Cada um dá o que tem, mas o aprendizado sempre ocorre para todos.

A vida nos dá a oportunidade de fazer escolhas o tempo todo. Todos levamos algo interno de uma herança de vida baseada em valores, experiências e aprendizados. Somente nós é que podemos transformar nossa vida em algo bom ou ruim, nós é que temos o poder de escolher entre a felicidade e a tristeza, entre a busca pela evolução integral e sincera (conosco mesmo) ou a ilusão de que estamos evoluindo.
Evoluir é difícil, dói, exige reflexão, dedicação, auto-crítica e uma honestidade que transcende o nosso orgulho, e que seja mais forte que as armadilhas do ego, que nos cega com pensamentos determinados a nos conduzir por uma cegueira que no fim nos deixa em situações dramáticas, infernais e desgastantes.

O conceito de amizade, muitas vezes é confundido pelas pessoas: muitas, acham que ser amigo é ser omisso, é se calar diante de uma oportunidade de crescimento, ou de fazer uma crítica com objetivo construtivo. Ser amigo na verdade é (também) alertar, mas isso  exige tato, nem sempre o outro está preparado para ouvir você, e muitas vezes vai te achar arrogante ou pretensioso. Se for uma pessoa mais emocional e suscetível, ainda pode se ofender e começar a TE ofender.

Nesse caso, a discrição é a melhor saída. melhor não levar adiante, mesmo que você seja instigado, mesmo que tenha que se defender de palavras maliciosas com o objetivo de te derrubar.
Há pessoas que em estado tão baixo de consciência e energia, não conseguem enxergar o que é bom ou ruim para elas. Na defensiva, por falta de equilíbrio, acabam sendo agressivas como forma de se "auto bastarem", é uma forma de mascarar a falta de segurança em si mesmas. Acabam falando demais, ficando histéricas, fazendo intrigas e depois se fazendo de vítimas. Claro que esse tipo de pessoa atrai o pior tipo de pessoas também. 
Vale refletir até que ponto vale a pena nos envolver, nos relacionar e nos vincular com esses seres?
Ninguém é redentor de ninguém, e mesmo que haja algum afeto ou amizade, talvez o preço desse vínculo seja caro demais, desgastante demais, porque enquanto você der uma crítica construtiva, receberá uma destrutiva, enquanto você tentar ser enérgica para alertar, receberá incompreensão.
Os estados baixos de energia deixam a pessoa sem capacidade de raciocinar, refletir com clareza, distinguir os pensamentos dela, dos pensamentos vindos do sistema instintivo. Isso as deixa infeliz, irritadiça e a ponto de estourar - o que pode ser maléfico para todos ao redor.

Nos relacionar com pessoas que temos afinidade é a forma mais inteligente de manter nosso equilíbrio. Não digo que tenhamos que deixar de conviver com outros perfis, é sempre bom exercitar nossa capacidade de transitar em diversas esferas e saber lidar com tipos diferentes, mas para vinculação mais intensa, o melhor é sempre seguir nosso sistema sensível, nossa intuição - e mesmo que você goste da pessoa, se afaste se ela não lhe traz coisas positivas, até que, pelo menos ela se equilibre e seja digna de sua confiança... Ou simplesmente desapegue!

O contato com o outro sempre nos faz crescer em algum aspecto, mesmo que no caos. Nós aprendemos até quando vemos as deficiências psicológicas alheias! Quando vemos no outro uma conduta maléfica, temos a oportunidade de registrar para não fazer igual. Ao mesmo tempo, quando nos deixamos levar pelo impulso de retrucar alguma provocação, depois sempre nos sentimos arrependidos - por isso, pensar antes de falar é muito importante, palavras ao vento nunca voltam atrás, e mesmo que você seja insultado, vale lembrar que o que os outros vêem em você, nada mais é do que reflexo daquilo que eles mais precisam trabalhar em si mesmos, por isso, devemos agradecer a oportunidade até dos sapos que engolimos.

O aprendizado sempre existe e para os dois lados! Estamos todos incompletos nesse mundo e só nos completamos com os encontros e desencontros, por isso, não vamos perder tempo com raiva de ninguém. Ninguém merece que você suje o seu corpo com  toxinas energéticas!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A verdadeira vitória no mestrado da vida

Compartilho uma reflexão que faço de forma despretensiosa a partir de algumas vivências.


Uma derrota tem um preço alto. Mas a vitória também tem (o que você abre mão para obter o que quer? Será que a felicidade de ganhar é maior que o trajeto que pode ser de infelicidade?).  Resultado: Se for um SIM que bom. Se for um NÃO que bom tabém. O importante é olhar para como nos sentimos hoje, e não projetar a felicidade para após um resultado.






Quando investimos nossa energia e Vontade em prol de um anelo para nossas vidas, parece que movemos forças internas para conseguir realizar o que desejamos. Um objetivo de vida pode ter um prazo estabelecido, mas nem sempre ele ocorre dentro do que planejamos.


Minha reflexão é sobre esse trajeto em prol desse objetivo. Recentemente empenhei todos os meus esforços para conseguir um resultado que acredito poder trazer grandes oportunidades de crescimento pessoal e amadurecimento intelectual. Ao longo desse processo, senti que cresci em muitos sentidos, principalmente em conhecimento teórico e científico, mas o preço também foi bem caro. Engordei, nunca mais fui à praia, fiquei flácida, sedentária, com problemas hormonais e sem energia... 
Sempre cansada, meio triste, o que houve foi para mim um choque, não porque me esforcei muito e no final não levei  (após saber de um resultado positivo de um concurso levei um susto com o divulgação da classificação e acabei descobrindo que as notas foram manipuladas), mas porque perdi a fé nas pessoas, na instituição, na esperança de estar escolhendo um caminho que me levasse a conviver com seres melhores, mais evoluídos e éticos. Minha ingenuidade me fez perder o rumo.... 


Em um outro concurso uma nova chance, fiz de tudo para me preparar bem - mas não consegui em momento algum deixar de me sentir frustrada com o universo acadêmico em geral... Apesar dos esforços em tentar levantar a bola, de ficar otimista, (usei floral de bach, homeopatia, orei, refleti, tentei me sugestionar internamente), no fundo ainda estava fragmentada a ilusão com a vida que eu achei que seria a oportunidade de muitos projetos estimulantes, pois tudo estava conectado com a expectativa da vitória. 


Fui para entrevista fazendo um enorme esforço para tentar dar o melhor de mim, só para ter a certeza de no futuro saber que fiz o que pude e não me boicotei. Ao mesmo tempo, dentro de mim surgia um certo comportamento mental que para me defender ou proteger de futuras surpresas, me dizia para não mais esperar por nada, não pensar se fui bem ou mal, afinal isso pouco importa, já que "ir bem" ou "ir mal" não é fator determinante quando a questão política pode (ou não) reger a atmosfera que indica uma " vitória" ou "derrota" nesses concursos.

Depois da prova, uma pilha de nervos, muito aérea, nervosa, me sentindo estranha, fui me retirar no silêncio da igreja e lá fiquei frente a frente com meus sentimentos. Na hora da missa me pediram para ler um texto da biblia no microfone.... Logo eu! Pois bem, eu fui... Percebi o quão insegura tenho me sentido, fiquei adrenalizada lá na frente, naquele palquinho... 


O tema do dia era sobre escolhas, convidava a reflexão sobre como estamos trilhando nossos caminhos, tínhamos q escrever em um cartão para nós mesmos (junto vinha um texto sobre o tema: escolhas e renúncias, fases, caminhos da vida que não controlamos....por uma força maior, etc). Saí me sentindo melhor, fazia anos que eu não assistia uma missa, não me identifico com muita coisa, como a culpa cristã, mas fiquei atenta aos "recados" nas entrelinhas - direcionados ao meu interno...


Vim pra casa e dormi com a roupa do corpo, um sono pesado, acordei só a noite... nem sentia meu corpo...


Acordei pensando que tenho que me libertar dessas amarras mentais que imponho a mim mesma, escolhi esse desafio porque achei que poderá ser uma experiência, engrandecedora, com muitas oportunidades de crescimento, mas o "preço": ansiedade, saúde, infelicidade, sentimento de derrota e injustiça, (sei que pode ser um paradígma e que devo mudar) pode ser alto demais.



Ao conseguir enxergar como o preço do esforço para conseguir um objetivo, às vezes nos cega, cheguei a uma conclusão maior que o resultado do meu concurso: Se for um SIM que bom, se for um NÃO que bom também, pois entendi que a gente nunca sabe o que há de bom nos esperando, e é isso que nos move, que nos faz viver, dormir, sonhar e acordar.


O importante agora será olhar para como me sinto hoje, e não projetar a felicidade para após 
um resultado.



Dedico esse texto aos meus amigos que nos momentos mais importantes desse caminho me apoiaram oferecendo o que possuem de melhor. 

domingo, 4 de dezembro de 2011

Síndrome de perseguição: a inveja que segue o sem noção.

Nas redes sociais surgem fotos de pimentas, olhos gregos e frases para "espantar inveja", geralmente postadas por mulheres. Fico sempre me perguntando, será mesmo que essas pessoas acham que são o centro da terra e que o mundo ao redor está de olho nelas?
O que mais me deixa instigada é quando percebo que as pessoas que mais postam algo sobre a inveja são geralmente mulheres que não possuem um comportamento ou um perfil de "vencedoras".

A mulher que possui esse perfil (a vencedora), geralmente é aquela que é bonita, tem sucesso profissional e ainda por cima é gente boa, bem humorada, inteligente e espiritualizada. São pessoas contagiantes e que essas sim, estão sempre sendo olhadas pelos que admiram e quem sabe por algumas invejosas também... Mas por contradição essas pessoas não estão muito preocupadas com a parcela de perdedores -invejosos. Não dão a menor atenção.

Uma coisa que me irrita um pouco, tenho que trabalhar essa deficiência, é a falta de "se toca" alheia, o emergente com sindrome de patinho feio é o campeão nesse quesito. Quererm ser a qualquer custo uma coisa e saem imitando padrões, comportamentos e tentando absorver valores que não se encaixam a falta de elegância que não os abandona jamais. Não é a roupa, não é poder de compra, não é o restaurante que ele vai e nem a instituição que estuda. É algo sutil, que uns nascem com e outros tentam adquirir, mas nunca conseguem - talvez por exigir esforço, grandeza de espírito e potencial interior.

Minha irritabilidade quando colocada cara a cara com esses seres "sem noção" se transforma em pena. Eu nasci com um dom - de ser eu mesma, e por isso ser muitas sem me fragmentar/ defraudar/ molestar internamente, mas ser eu mesma tem um preço, que às vezes é alto.

No fim das contas esse mundo moderno, pós moderno, global, complexo cria seres especiais: charlatões de suas falsas vidas felizes, cheias de amigos, eventos e futilidades ilusórias - que também não fazem parte de seus universos fragmentados e frágeis.


ilustração: Janara 
Lembrei de um post antigo sobre as leis universais, por Chopra:


"... A experiência do Eu, ou “auto-referência”, significa que o nosso ponto de referência interior é constituído pela nossa própria alma e não pelos objetos da nossa experiência. Quando experimentamos o poder do Eu, o medo desaparece, deixamos de ter uma necessidade de controle compulsiva e deixamos de lutar pela aprovação e pelo poder externo.

O nosso verdadeiro Eu, que é a nossa alma, encontra-se totalmente liberto destas coisas. É imune à crítica, não teme os desafios, e não se sente inferior a ninguém. E, no entanto, também é humilde e não se sente superior a ninguém, pois reconhece que todos os outros constituem o mesmo Eu, a mesma alma, sob diferentes formas.

O poder baseado no ego só dura enquanto durarem as coisas. Logo que o título, o trabalho, o dinheiro desaparecerem, também o poder desaparece. O autopoder, pelo contrário, é permanente, porque se baseia no conhecimento do Eu...."