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terça-feira, 27 de julho de 2010

Rodrigo Souza leão

Estava lendo um jornal antigo com algo novo, se trata de um certo Rodrigo que entitularam de esquizofrênico.
Das telas impressionistas, frequentou o parque Lage e sua pintura é viva e dramática.

Poeta, da prosa e do conto, gostei muito do Rodrigo e minha homenagem fica aqui registrada nesses versos que um dia ele escrevera;

AS FLOrES SÃO As PRIMEIRAS
MUlHERES QUE VEMOS 
 

CRIANÇA

Uma mulher ainda criança
Desconfia dos balanços
Onde brinca a Verdade.

A Verdade nunca será
Encontrada. E a sua única
Importância existirá

Para a mulher que a descobriu
Que não existe Verdade
E Deus tem a verdadeira fé em si.

Pois existem muitas verdades
Que as crianças aprendem
Pra nunca mais aprender

A deixar de ser criança.
Estas são as verdades de mulher
As verdadeiras verdades.

 [Imagens de Maria Dulce de Souza Leão]

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A vizinha podada


Uma linda e grande árvore me presenteava aqui na janela do quarto onde costumo reverenciar o sol nas tardes em que ele se põe feliz de completar mais um ciclo.

A paisagem do céu riscado em tons avermelhados e raios brilhantes quando o astro se despede na montanha é embelezada pelo canto dos diversos pássaros pequenos, grandes, vermelhos e azuis que cantam em harmonia com borboletas silenciosas que majestosamente dançam um balé genial e pousam nas folhagens verdes, terra e vermelhas deste outono de céus nítidos e clima agradável.
Nos galhos que ano após ano se multiplicam, o volume das folhas chegava cada vez mais perto da janela.
Todos os dias nesse ritual feliz eu me colocava a contemplar a presença cada vez mais próxima da família ao lado, esperava cada dia poder ter por perto o canto e a dança dos pequenos que habitam a imensa mãe árvore.
Estava tão próximo o dia em que eu poderia enfim encostar minhas mãos na singela provedora do meu espetáculo diário.
Foi numa tarde deste outono que fui arrebatada pela impressão do vazio, em um susto choquei-me com a paisagem prostrada, estática e irreparável.
Fui arrebatada pela tristeza e pela dor da perda, tão próximo de mim me foi tirado o sabor da expectativa.  A árvore estava cortada. Segurei o grito, a revolta foi calada pela sabedoria que a reflexão trouxe e enfim resolvi indagar sobre tal ato, haveria razão para o crime? 
Como resposta ouvi dos homens do machado que eles o fizeram para salvar a pobre árvore, fadada à morte  pelas ervas daninhas que junto às folhagens e pássaros cresceram como um câncer.
Um momento de lucidez se fez em mim e meu corpo vibrou em uma sintonia mais agradável, de novo a esperança e o alívio de constatar o quão o desapego ali traria a renovação e vida. Da morte para o renascimento.
Nos dias que se sucederam apareceram novos músicos voadores e as borboletas voltaram.
Minha vizinha não está tão perto, mas está mais forte, revigorada e continuará proporcionando os espetáculos diários a todos que nela se aconchegam.
Janara Morenna.:

terça-feira, 6 de julho de 2010

Exposição



Evento de arte multimídia que participei com minhas telas, portfólio no link:
http://janaramorenna.blogspot.com/p/portfolio-as-telas.html

Release e clipping:

ARAKA -Quem tem medo da Aracy?
Terça dia 13 de junho na Gávea.

Criado pelo artista plástico Michel Mendes, ARAKA é um encontro de artistas cariocas que levanta a questão "Quem tem medo de Aracy de Almeida?" Trata-se de uma brincadeira com o temor do artista de ser criticado.
O evento multiarte ocorre mensalmente no 00 sempre com a participação de poetas ,estilistas ,cineastas, bandas, djs, artistas visuais , performers e quem mais se atrever a encarar a saudosa cantora e cruel critica dos shows de calouros.
Os ARAKA aproveita o encontro para arrecadar agasalhos e livros para as campanhas do Viva Rio e bibliotecas comunitarias do Corujão da Poesia.

Os convidados desta edição são:

Na pista os djs Nado Leal e Rodolfo Sandzer (Zarppo)
Show com as bandas: Avec Silenzi e DKV
O poeta Tavinho Paes e seus convidados.
Caricaturas durante o evento com Adam Rabello.
Os fotógrafos :
Gabriel Borges
José Palma
Lucas Magno
Marcelo Carrera
Mariana Quintão
Rodrigo Bastos
Joias com: Deborah Netto.
Exibiçao do curta :Through It. - Dir: Gabriel Borges (7'15")
Video Arte com:Marcela Antunes e AnaKlaus
TEC- Jogos de improviso da peça A Batalha do Saara (Teatro dos 4)

Exposiçao com os artistas visuais:
Adam Rabello
Alexandre Gama
Bia Feital
Bianca Tupinambá
Carlos Paboudjian
Filipe Agnelli
Janara Morenna
JBatista
Juliana Ribeiro Wähner
Leonardo Monteiro
Leonardo Viana
Marcello Rosauro
Marcos Couto
Mariana Liberali
Marianna Gomes
Mark Feddersen
Patricia Porto
Piti Tomé
Priscila de Moraes
Rique Inglez
Ronaldo Occy
Thiago Tavares
Vanessa Jansen
Participações espontâneas e convidados surpresas são sempre esperados!

Serviço :
Araka - Quem tem medo da Aracy?
Dia - 13 de Junho (terça-feira)
Hora - 20h
Local – 00, Av. Padre Leonel Franca, 240 – Gávea (2540-8041)

Evento que participarei com algumas telas dia 13 de julho de 2010.

http://www.youtube.com/watch?v=2wXVh7-IZBQ

A herança do pensamento

Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
 
 O ser humano é o herdeiro universal de todos os dons da Criação. Mas isto não quer dizer que os herde naturalmente; significa somente que é o único que pode herdá-los. Pode herdar todo o bom como todo o mau que existe, segundo sejam suas inclinações e o grau de discernimento alcançado. Conceituamos, pois, de primordial importância para a vida da pessoa: a herança do pensamento.
 
Por uma lei sábia e universal, inalterável e inexorável, os legados da inteligência pertencem à humanidade



Os pensamentos de alta hierarquia moral e mental que animaram a vida de tantos homens esforçados e abnegados, de renome mundial, não recolheram suas asas ao se extinguir essas vidas, nem se ocultaram entre as páginas do último sonho ou entre as sombras da última morada; ao contrário disso, remontaram o voo e, em fecundas e gloriosas etapas, cruzando mares e continentes, espalharam pelo mundo os benefícios de sua presença, como agentes precursores de grandes verdades e como auxiliares poderosos do entendimento humano. Assim, navegando pelos céus de todos os povos que existem na Terra, já vimos os nomes de gênios, sábios e heróis de cruzadas eternamente memoráveis.


Os velhos mestres da Antiguidade, entre os quais estiveram pensadores famosos e filósofos, se dedicaram de corpo e alma a exemplos que acreditaram fossem justos; os cientistas que apontaram novas rotas para o melhoramento humano sempre foram tidos como grandes, quando seus pensamentos conseguiram despertar a atenção e fazer que se percebesse o bem que continham.

Em quantas mentes a luz desses pensamentos penetrou? Quantas foram fecundadas pela semente de extraordinárias concepções da inteligência, nas quais eles participaram com todo o poder de sua influência criadora?

Eis explicada a herança do pensamento. Vamos agora nos referir aos que, herdando o pensamento de celebridades universais – como veículo influente que permite sua maior expansão –, deram motivo a que germinassem os conhecimentos em épocas florescentes, estendendo-se os benefícios por todos os âmbitos do mundo.

Assim, os descobrimentos da ciência tiveram seus continuadores, os quais, em heróicas jornadas e numa leal consagração à causa da humanidade, mereceram participar da glória de seus principais inspiradores, cujos nomes pluralizaram ao serem chamados os Pasteurs, os Newtons, os Ehrlichs, os Marconis, etc. Tais menções, por outro lado, implicam o reconhecimento da autoridade dos dignos herdeiros daqueles pensamentos benfeitores, que tantos serviços prestaram à humanidade.

Poderão nos perguntar, ainda, o que é que com maior força pode vincular as mentes aos pensamentos de elevada hierarquia de eminências que existiram ou existem, cuja capacidade ficou evidenciada por suas produções de elevado valor moral, científico ou de qualquer outra espécie, e nós responderemos sem a menor dúvida: o exemplo.

Esta é a expressão inconfundível e mais acertada com que se pode reconhecer a legitimidade dessa herança.

Trechos extraídos da Coletânea da Revista Logosofia, tomo 3, p. 83